Em mais um dia de tensão no mercado de câmbio, o Planalto acionou o sinal de alerta diante da alta da cotação do dólar e negou a informação que circulou durante a quinta-feira (20) de que Dilma Rousseff poderia trocar o ministro Guido Mantega (Fazenda) pelo ex-presidente do Banco Central Henrique Meirelles.
Segundo assessores presidenciais, Mantega está sofrendo um "ataque especulativo" e a presidente não cogita tirá-lo do cargo. Os dois se reuniram na quinta pela manhã para analisar a situação econômica e as ações do governo para enfrentar as turbulências no mercado.
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Petistas e empresários se reuniram nas últimas semanas com o ex-presidente Lula para reclamar da falta de interlocução de Dilma com o empresariado, líderes políticos e movimentos sociais.
Nas conversas com Lula, eles defenderam uma reforma ministerial para dar uma chacoalhada no governo.
Um dos nomes cogitados no mercado e no meio petista para uma eventual substituição de Mantega é o de Meirelles, presidente do BC no governo do petista.
Segundo a Folha apurou, Lula concordou com as queixas de seus interlocutores e prometeu levá-las à presidente. Na quinta, Dilma e Lula se falaram e o ex-presidente também negou que tenha sugerido uma troca de Mantega por Meirelles.
REFORMA MINISTERIAL
Apesar das pressões, Dilma não pretende fazer uma reforma ministerial neste momento, mas apenas no início do próximo ano, quando vários ministros vão deixar o governo para se candidatar.
A avaliação é que uma troca na equipe econômica neste momento traria mais instabilidade. Além disso, Dilma não tem um bom relacionamento com Meirelles, que sempre exige carta branca para assumir cargos públicos.
Segundo assessores, Dilma está preocupada com os efeitos de uma forte alta do dólar. O principal temor é com o impacto da valorização da moeda na inflação.