Folha de S. Paulo


Fed pode afrouxar programa de incentivo à economia já neste ano

O presidente do Banco Central americano, Ben Bernanke, indicou que deve reduzir sua política expansionista ainda no final deste ano, se o desemprego no país cair como o banco espera.

O Fed, como o BC americano é conhecido, tem comprado US$ 85 bilhões por mês em títulos, desde setembro, injetando esses bilhões na economia americana, o que facilita o crédito, estimulando a economia americana e deixando o dólar enfraquecido --ou mais competitivo.

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Bernanke espera que o desemprego caia para 7% (atualmente está em 7,6%) -- essa é a primeira vez que ele indica um número e uma possível data para limitar a expansão monetária. O Fed divulgou nesta quarta-feira que espera o desemprego em cerca de 6,5% no final de 2014.

A desaceleração na compra de títulos aconteceria no final deste ano e o Fed deixaria de comprar títulos em meados do ano que vem.

Depois de dois dias de reunião do comitê de política monetária, Bernanke voltou a dizer que está otimista com a recuperação da economia americana.

"Os fundamentos da economia parecem melhores. O mercado imobiliário está se recuperando, assim como o valor dos imóveis. A confiança do consumidor também está subindo", falou em entrevista coletiva.

O comitê da política monetária indicou que só deve voltar a aumentar a taxa de juros no país em 2015.

A inflação anual está em 1,05%. Apesar do otimismo de Bernanke, muitos números da recuperação americana são frágeis. O desemprego caiu muito pouco desde setembro, quando estava em 7,8% (agora em 7,6%).

SUCESSÃO

Bernanke não quis fazer comentários sobre sua possível saída do Fed no ano que vem, após comentários do presidente Barack Obama na segunda-feira, indicando que Bernanke "já ficou mais tempo do que gostaria" no cargo.

O presidente do Fed foi nomeado para o cargo pelo ex-presidente George W. Bush e foi confirmado para um segundo mandato por Obama.


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