Folha de S. Paulo


Economistas reduzem previsão do PIB para 2013 pela 5ª vez seguida, diz BC

Economistas de instituições financeiras reduziram pela quinta vez consecutiva suas projeções para o crescimento da economia em 2013, mostrou a pesquisa Focus do Banco Central, divulgada nesta segunda-feira (17).

A mediana das estimativas de alta da atividade econômica neste ano foi reduzida de 2,53% há uma semana para 2,49%, segundo a última pesquisa.

Trata-se da quinta queda seguida nas previsões, que mostravam-se mais otimistas mais cedo neste ano --a mediana das estimativas havia se mantido em 3% por seis semanas antes de começar a cair. Para o ano que vem, a projeção permaneceu em crescimento de 3,20%.

Já a previsão para a taxa básica do juro --a Selic-- foi elevada de 8,75% ao ano para 9% tanto em 2013 e 2014. A pesquisa mostrou ainda que economistas esperam que o Copom (Comitê de Política Monetária) eleve em julho a taxa básica em 0,50 ponto percentual, para 8,50% ao ano.

A perspectiva para a inflação subiu de 5,80% para 5,83% no cenário para 2013 e foi mantida em 5,80% para 2014.

A pesquisa reúne semanalmente previsões de cerca de cem instituições financeiras do país.

Editoria de Arte/Folhapress

INFLAÇÃO

O grupo dos analistas Top 5 --composto pelos economistas que mais acertam as previsões-- prevê um aumento ainda maior da inflação para este ano.

Suas previsões no médio prazo passaram de alta de 6,02% para 6,11% na inflação, ao mesmo tempo em que as estimativas de alta da Selic saltaram de 9% para 9,25%. No cenário para 2014, a previsão para a inflação caiu de 6,20% para 6,05% e a Selic foi mantida em 9,25% ao ano.

Em abril, o BC decidiu iniciar um novo ciclo de aperto na política monetária com o objetivo de combater a alta dos preços, subindo os juros em 0,25 ponto percentual. Depois, em maio, elevou a dose para 0,50 ponto, fazendo a taxa Selic atingir 8% ao ano.

Reportagem da Folha publicada ontem mostra que assessores presidenciais avaliam que o BC poderia ter começado mais cedo a subir a taxa de juros para reverter as expectativas negativas sobre a inflação, que em maio atingiu 6,5% no índice acumulado em doze meses, o teto do sistema de metas.

Segundo um assessor, isso ocorreu porque o governo estava dividido sobre os rumos da inflação no início de 2013 e menosprezou seus impactos na economia. Assim, o PIB (Produto Interno Bruto) do primeiro trimestre só cresceu 0,6%, com a alta dos preços provocando uma queda no consumo e freando o crescimento econômico.

Assim, desde a última reunião do Copom, especialistas vêm elevando suas estimativas para a alta da Selic por parte do BC.

O aumento dos juros é um mecanismo usado pelo governo para conter o consumo, pois encarece o crédito (tanto empréstimos em instituições financeiras quanto parcelamentos em lojas, por exemplo). Com menos demanda, a inflação tende a ceder.

VEJA AS PREVISÕES DO BOLETIM FOCUS

Indicador 2013 2014
IPCA (índice oficial da inflação) 5,83% 5,80%
PIB 2,49% 3,20%
Selic (ao ano) 9% 9%
Produção industrial (% do crescimento) 2,50% 3,20%
Taxa de câmbio (R$/US$) R$ 2,10 R$ 2,15
Balança comercial US$ 6,55 bilhões US$ 9 bilhões

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