Folha de S. Paulo


Petrobras cai mais de 2% e puxa Bovespa para baixo; dólar segue a R$ 2,14

O principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, registra queda nesta sexta-feira (14), pressionado pela desvalorização das ações da Petrobras, após notícia de que a estatal está impedida de importar, exportar e até participar das rodadas do pré-sal.

Às 12h30 (horário de Brasília), o Ibovespa tinha desvalorização de 0,87%, para 49.974 pontos. No mesmo horário, os papéis mais negociados da Petrobras (PETR4), que representam mais de 8% do índice, caíam 2,81%, para R$ 18,27. As ações ordinárias da estatal (com direito a voto) cediam 3,05%, para R$ 16,82.

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No dia 7 de junho, a Procuradoria da Fazenda Nacional cancelou a certidão de débitos da Petrobras. A medida foi causada por uma dívida de R$ 7,3 bilhões em valores atualizados junto à Receita.

Ontem, a empresa apresentou ao STJ (Superior Tribunal de Justiça) um pedido de suspensão da decisão do governo federal, por meio de medida cautelar. O tribunal não aceitou o pedido.

"Esta é uma notícia negativa para a Petrobras, devido aos potenciais constrangimentos operacionais que pode trazer para as atividades diárias", afirmam os analistas Oswaldo Telles e Frederico Lebre, em nota.

Para eles, no entanto, a empresa deve ter formas de aliviar os impactos sobre as operações de exportação e importação no curto prazo usando empresas controladas no exterior.

"Dado o fato de que a Petrobras é a única empresa com a responsabilidade de abastecer o mercado local, na íntegra, com as importações, se necessário, não ficaríamos surpresos de ver o Governo Federal ajudar a resolver este problema para a Petrobras", completaram os analistas.

Os investidores também avaliam hoje o resultado do IBC-Br (Índice de Atividade Econômica do Banco Central), considerado uma espécie de sinalizador do PIB, que iniciou o segundo trimestre com avanço de 0,84% em abril ante março --em linha com o esperado.

Já o IGP-10 (Índice Geral de Preços-10) registrou elevação de 0,63% em junho, após deflação de 0,09% em maio.

Nos EUA, os índices de ações recuam depois que a produção industrial no país ficou inalterada em maio, frente estimativas de leve aumento, e a confiança do consumidor americano recuou neste mês após alcançar o maior nível em quase seis anos em maio.

DÓLAR

O dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, oscila perto da estabilidade nesta sexta-feira. O mercado, segundo operadores, ainda avalia a isenção de IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) para derivativos cambiais (mercado futuro de dólar).

Às 12h30, o dólar à vista tinha leve desvalorização de 0,07%, cotado em R$ 2,138 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial --utilizado no comércio exterior-- registrava avanço de 0,28%, para R$ 2,139.

"O mercado está se ajustando a essa nova política do governo de maior facilidade de entrada de dólares com a retirada do imposto sobre a posição vendida do derivativo", afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora, Reginaldo Galhardo, para quem o dólar deve cair aos poucos nos próximos dias e encontrar um ponto de equilíbrio perto de R$ 2,10.

Com Reuters


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