Folha de S. Paulo


Desempenho do varejo é o pior para abril em 10 anos na comparação anual

Após caírem em fevereiro e ficarem estagnadas em março diante da alta dos preços dos alimentos e da consequente queda do movimento dos supermercados, as vendas do comércio varejista reagiram em abril e registraram alta de 0,5% na comparação com março na taxa livre de influências sazonais (típicas de cada período).

Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta quinta-feira (13).

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Embora apontem para uma reação ante março, os dados indicam uma clara perda de fôlego do setor --um dos que mais geram empregos e que sofre diretamente com a perda de ritmo do consumo diante da inflação maior e do endividamento das famílias.

Na comparação com abril de 2012, o comércio avançou 1,6%. A alta representa o pior resultado para tal mês na comparação anual desde 2003 (-3,7%), quando a economia entrou em recessão e sentia os reflexos da crise de confiança pós-eleições de 2002.

Editoria de Arte/Folhapress

No índice acumulado de janeiro a abril, a expansão foi de 3%. Com esses resultados, o indicador anualizado (12 meses encerrados em abril) somou variação positiva de 6,4%.

Apesar da recuperação do comércio como um todo, a inflação ainda corrói a renda do trabalhador e repercute negativamente no varejo de alimentos e bebidas, cujas vendas caíram 0,5% de março para abril. O setor de vestuário, tecidos e calçados também foi mal e também registrou perda de 0,5%.

A melhora se deveu à alta das vendas de ramos como combustíveis (3,3%), móveis e eletrodomésticos (0,7%), artigos farmacêuticos (6,4%) e livros, jornais e revistas (4,5%).

Segundo o IBGE, o chamado comércio varejista ampliado, que inclui veículos e material de construção e cujos produtos também são vendidos por atacado, cresceu 1,9% de março para abril.

Na comparação com abril de 2012, o avanço foi de 9,1%. Já na taxa de 12 meses, a expansão ficou em 5,1%.

VEJA A VARIAÇÃO NAS VENDAS POR SETOR DO COMÉRCIO

Setor Vendas em abril contra março
Comércio como um todo 0,5%
Combustíveis e lubrificantes 3,3%
Alimentos, bebidas e fumo -0,5%
Tecidos, vestuário e calçados -0,5%
Móveis e eletrodomésticos 0,7%
Artigos farmacêuticos, médicos e de perfumaria 6,4%
Material para escritório -1,1%
Livros, jornais, revistas e papelaria 4,5%
Artigos de uso pessoal e doméstico 2,5%
Veículos, motos, partes e peças 0,4%
Material de construção 1,2%

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