Folha de S. Paulo


Governo pode leiloar térmicas para garantir metas, afirma ministro Edison Lobão

O ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, afirmou nesta quarta-feira (5) que o governo deverá adiantar o leilão de algumas usinas hidrelétricas, ou mesmo leiloar mais usinas térmicas, para garantir que as metas do plano decenal de energia não sejam comprometidas.

Pelo menos seis usinas planejadas para a região amazônica estão com seus cronogramas comprometidos por conta dos impasses que envolvem a demarcação de terras indígenas.

Essas usinas somam mais de 11,4 mil megawatts, o que equivale a 10% da capacidade instalada atual e a mais da metade dos 19,6 mil megawatts que o governo pretende acrescer à matriz energética até 2021.

"Se for preciso, vamos buscar outras alternativas, outras hidrelétricas ou térmicas. O importante é que não haverá qualquer possibilidade de racionamento de energia no país. O abastecimento está garantido", disse Lobão, ao chegar ao Palácio do Planalto para o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas.

Os conflitos com terras indígenas já comprometem seriamente o cronograma de usinas como a de São Luiz do Tapajós (PA), de 6,1 mil megawatts de potência. A hidrelétrica tinha previsão de iniciar as operações em 2017.

O mesmo prazo foi dado a São Manoel, planejada para gerar 700 megawatts no rio Teles Pires, no Mato Grosso. As duas já acumulam dois anos de atraso.

Caso o governo consiga concluir os estudos de viabilidade --o que tem sido feito com apoio da Força Nacional--, elas seriam leiloadas em 2014. Como o prazo de construção é de cinco anos, seriam acionadas em 2019.


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