Folha de S. Paulo


Brasil corre risco de não ter obras de metrô e monotrilhos prontas para Copa, diz associação

Em seu balanço anual divulgado hoje, a ANPTrilhos (Associação Nacional dos Transportadores de Passageiros sobre Trilhos) informou que há risco de que nenhuma das cinco obras de metrô, VLT (veículo leve sobre trilhos) e monotrilhos previstas nas cidades sedes da Copa de 2014 fique pronta a tempo do evento.

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Segundo o presidente da entidade, Joubert Flores, três delas --o monotrilho da linha 17 em São Paulo, o monotrilho de Manaus e o Metrô de Salvador-- já foram retirados oficialmente da lista de obras previstas para a Copa do Mundo porque não ficarão prontas a tempo. Elas, contudo, continuam sendo desenvolvidas em programas específicos e deverão ser concluídas após a Copa.

Já os outros dois projetos, os VLT's de Fortaleza e Cuiabá, que estão em obras, estão ameaçados por atrasos em seus cronogramas de também não ficarem prontos.

Joubert minimizou, contudo, que pela falta desses projetos haverá problemas no transporte dos passageiros para os jogos.

"Não acredito em vergonha porque as cidades estão se preparando para isso [transporte na Copa]. Em Londres, que tem um metrô de 150 anos, pediram nas Olimpíadas para que as pessoas evitassem usar durante o evento. Se num sistema melhor e mais estruturado que os nossos, como o de Londres, foi necessário uma medida como essa, certamente nós também vamos precisar", afirmou Flores.

O balanço da ANPTrilhos mostrou que os sistemas metroferroviários no Brasil continuam evoluindo de forma muito tímida.

De 2011 para 2012, foram acrescidos apenas 32 km de novos trilhos, que passaram de 996 km para 1.028 km.

A preocupação da associação é que o número de passageiros vem crescendo muito mais que a extensão do sistema e passou de 2,4 bilhões para 2,6 bilhões em um ano. A expectativa é que esse volume chegue próximo dos 3 bilhões em 2013.

Segundo Flores, há hoje 22 projetos metroferroviários em andamento que podem fazer com que até 2018 o país aumente em mais 1.100 km o sistema sobre trilhos para passageiros.

Para isso, seria necessário construir ao ano seis vezes mais do que se construiu em 2012. Flores acredita que isso será possível graças às parcerias entre os governos e a iniciativa privada para a ampliação dos sistemas ferroviários.


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