Folha de S. Paulo


Com incertezas, viajante deve fracionar a compra de dólares

Diante da proximidade das férias de julho e da subida recente do dólar em relação ao real, quem pretende viajar deve fracionar a compra, afirmam especialistas.

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Na avaliação de consultores ouvidos pela Folha, como o momento é de incertezas no mercado de câmbio -não se sabe ao certo por quanto tempo a valorização do dólar deve durar-, o comprador deve buscar um preço médio.

"Para isso, deve comprar em lotes, dependo do prazo da viagem. É uma maneira de não fazer um mau negócio, embora ele possa não ser ótimo", diz Mauro Halfeld, professor da UFPR (Universidade Federal do Paraná).

"Se é um volume grande e a pessoa tem tempo, é melhor comprar um pouco agora e um pouco depois, até para não pesar no orçamento", afirma Ricardo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.

Por outro lado, não vale a pena arriscar a viagem especulando sobre o câmbio, diz o educador financeiro Mauro Calil. Ele recomenda comprar assim que se tenha o dinheiro, no caso de uma viagem.

Editoria de Arte/Folhapress

Os consultores afirmam, porém, que as variações da moeda americana têm mais impacto para quem negocia grandes volumes.

"A oscilação de centavos do dólar é importante para quem negocia milhões. O pequeno investidor que vai viajar não deve pensar nisso", afirma Calil.

Alguns especialistas orientam levar um pouco em cada meio. O dinheiro vivo é recomendado para quem não tem ideia de quanto vai gastar na viagem, já que é de fácil controle, não tem imposto e é importante para pequenos gastos, como um táxi.

Os cartões pré-pagos também são fáceis de controlar e têm IOF (Imposto sobre Operações Financeiras) menor que o cartão de crédito -0,38% antes 6,38%.

INVESTIMENTOS

Para investidores, o dólar foi a melhor aplicação de maio, com alta de 6,80% no mês, mas os especialistas alertam que ele não deve ser encarado como uma aplicação pelo pequeno poupador.

"Aconselho aplicações atreladas ao dólar a quem terá um gasto na moeda, como um curso no exterior. No histórico mais longo, a moeda perde da taxa de juros brasileira", diz a consultora financeira Marcia Dessen.

"O dólar é cavalo azarão e, de vez em quando, ganha o ranking dos investimentos atraindo enorme atenção. Mas, no longo prazo, é mau negócio", diz Halfeld.


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