Folha de S. Paulo


Bolsa brasileira abre em queda após crescimento do PIB abaixo do esperado

Com a atividade econômica brasileira crescendo abaixo do esperado no primeiro trimestre do ano, o principal índice de ações da Bolsa brasileira --o Ibovespa-- abriu esta quarta-feira (29) em queda.

Às 10h27 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava desvalorização de 0,91%, para 55.525 pontos. O índice fechou os últimos dois dias no vermelho, somando desvalorização de 0,66% no período.

Consumo para, e PIB cresce só 0,6% no primeiro trimestre
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Com o resultado negativo da indústria, o PIB (Produto Interno Bruto) cresceu 0,6% no primeiro trimestre do ano na comparação livre de influências sazonais com os últimos três meses de 2012 --abaixo do previsto pelo mercado, cujas expectativas apontavam para uma expansão de cerca de 0,9%.

"O número foi decepcionante. De novo. Esse PIB deve estimular uma revisão para baixo nas projeções de crescimento do Brasil no ano, mais uma vez", avalia Pedro Galdi, da SLW Corretora.

"Esse número assusta os investidores estrangeiros e esse cenário, somado ao possível corte nos estímulos econômicos nos EUA, acaba fortalecendo a fuga do capital externo na Bolsa brasileira, que ontem caiu mais do que os demais mercados internacionais. Hoje deve ser igual", completou Galdi.

O resultado aumenta também as expectativas para a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) sobre o patamar da taxa básica de juros --a Selic-- nesta noite.

Embora parte do mercado aposte na possibilidade de o BC subir a taxa dos atuais 7,5% para 8% ao ano, os números do PIB, especialmente o de consumo das famílias, que ficou estagnado, sugere que a autoridade pode apenas voltar a subir a Selic em 0,25 ponto percentual para não comprometer ainda mais o desempenho econômico.

Com a queda nos preços das commodities (matérias-primas) no exterior, as ações mais importantes do mercado brasileiro registram queda nesta manhã e puxam o Ibovespa para baixo.

Às 10h27, as ações mais negociadas de Petrobras (PETR4) e Vale (VALE5) caíam 0,44% e 0,60%, respectivamente, para R$ 19,98 e R$ 29,59. Esses papéis representam, juntos, mais de 17% do Ibovespa.


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