Folha de S. Paulo


Menina de nove anos questiona McDonald's sobre obesidade

Uma menina canadense de nove anos chamada Hannah Robertson chamou a atenção, no encontro anual de investidores da McDonald's nos EUA, perguntando ao presidente da empresa por que ele "insistia em enganar as crianças com brinquedos e personagens de desenhos animados para que elas comam a sua comida todo o tempo".

Lendo um texto escrito pela sua mãe, Hannah disse: "Eu não acho justo que as grandes companhias induzam as crianças. Não é justo que tantas crianças da minha idade tinham doenças como obesidade e diabetes. Dan Thompson, o senhor não quer que as crianças sejam saudáveis?"

Cláudia Collucci: Mais impostos para os "podritos"

Ainda segundo a menina, as crianças são iludidas para pensar que comer no McDonald's é uma coisa boa "só porque os sanduíches podem ser gostosos".

Divulgação
Hannah Robertson, 9, e sua mãe, a blogueira Kia Robertson, preparam vegetais
Hannah Robertson, 9, e sua mãe, a blogueira Kia Robertson, preparam vegetais

"Eu e minha mãe fazemos vídeos na internet mostrando para as crianças que cozinhar comidas saudáveis pode ser divertido. Esses alimentos fazem as crianças serem mais espertas e felizes, porque essa é a verdade."

Kia Robertson, 36, a mãe, que levou Hannah até Chicago na semana passada para o evento, tem um blog sobre alimentação saudável e participa de um grupo chamado Corporate Accountability International, que busca fazer as grandes empresas prestarem contas -ou, nas suas palavras, lutar contra o "abuso corporativo" e contra a "publicidade predatória".

O McDonald's é um alvo tradicional do grupo, que já promoveu campanhas contra a existência do palhaço Ronald McDonald e contra a inclusão de brinquedos no Mc Lanche Feliz. O grupo realizou ainda uma campanha chamada "As mamães não amam muito tudo isso"

O executivo Dan Thompson respondeu que a rede se esforça para vender produtos saudáveis e lembrou que os consumidores podem escolher frutas e vegetais que custam apenas US$ 1.

Ele citou os seus filhos, que são clientes da rede e gostam de comida saudável e de exercícios físicos, para mostrar que o objetivo da empresa não é engordar as crianças. "Não é certo dizer que vendemos junk food", disse o presidente da empresa.


Endereço da página:

Links no texto: