A presidente da Petrobras, Graça Foster, disse que a refinaria Abreu e Lima, em construção em Pernambuco, será concluída pela Petrobras, com ou sem a participação da estatal venezuelana, PDVSA.
A Petrobras tem tentado um acordo com a PDVSA sobre a sua possível participação no projeto, mas as negociações não avançam.
No final do mês passado, o diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Cosenza, disse que as tratativas com a PDVSA sobre o investimento na refinaria Abreu e Lima foram interrompidas desde o dia 28 de fevereiro.
Graça disse hoje que teve um encontro com o novo presidente da Venezuela, Nicolas Maduro, durante sua visita ao Brasil, neste mês.
"Conversamos sobre o assunto. Gostaríamos muito de ter a PDVSA como sócia. Seria realmente bom que a PDVSA viesse. Mas estamos fazendo a refinaria, independentemente da PDVSA", disse Graça Foster, após audiência pública com a Comissão de Minas e Energia da Câmara.
Os parlamentares reclamaram do atraso na obra. Segundo a Petrobras, o projeto já tem 75% de execução entregue.
ERROS DE AVALIAÇÃO
No ano passado, no Congresso, Graça reconheceu que a companhia cometeu erros na execução das obras da refinaria. Entre os erros, ela citou a identificação de problemas nos estudos de viabilidade econômica do empreendimento.
"Temos um custo mais alto na refinaria Rnest (Refinaria do Nordeste, ou Refinaria Abreu e Lima). Tivemos diversos erros e acertos nessa refinaria. Não fizemos refinaria nos últimos 30 anos", disse ela, na ocasião.
A Petrobras trabalha com a meta de colocar a unidade em operação a partir de novembro de 2014, com três anos de atraso.
"Temos na Petrobras um processo de gestão que trata literalmente de lições aprendidas. Você não começa um projeto sem fazer uma grande discussão do anterior. A Rnest [Abreu e Lima] é um grande estudo de caso na Petrobras", disse Graça.
"Estamos trabalhando em módulos, reduzindo o Capex dessas refinarias. Estamos simplificando esses projetos ao máximo. É uma lição aprendida sim e que muito tem nos ensinado."