Folha de S. Paulo


Desaceleração dos alimentos foi destaque positivo em prévia da inflação, diz consultoria

A desaceleração nos preços dos alimentos foi um dos destaques positivos do resultado da prévia da inflação de maio medida pelo IPCA-15 (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo-15), disse a economista da consultoria Tendências Alessandra Ribeiro.

A alta no grupo dos alimentos, de 0,47%, representa um forte recuo em relação a abril, quando ficou em 1%. A consultoria LCA também destacou o resultado em seu relatório, informando que o grupo "enfim mostrou desaceleração mais evidente".

O IBGE divulgou nesta quarta-feira (22) que a prévia da inflação oficial teve alta de 0,46% em maio, resultado inferior ao de abril (0,51%).

Segundo Alessandra, uma desaceleração mais contundente "estava resistindo para ocorrer". "Os preços no atacado já estavam caindo desde janeiro de maneira contínua", disse.

A LCA espera que o grupo alimentos e bebidas continue registrando desaceleração neste mês, podendo passar do resultado da prévia de 0,47% para 0,27% no mês fechado.

Entre os destaques negativos da prévia está o setor de vestuários, que teve alta de 0,76% por causa da sazonalidade. "O aumento ocorre com a chegada da coleção de inverno às lojas", diz.

DESACELERAÇÃO

A trajetória de desaceleração da inflação teve início neste mês, movimento que será acentuado no segundo semestre, diz a economista da Tendências.

"A pressão de alta está menos disseminada e esse quadro [de desaceleração em maio] reforça a expectativa de que a inflação tende a ficar mais branda nos próximos meses", afirma. A especialista destaca que o percentual de itens que tiveram alta de preços ficou em 61,6%, ante 66,3% de abril e 75% de janeiro.

O resultado da prévia do mês (0,46%) veio melhor do que o esperado pela consultoria --era estimada uma alta de 0,5%. A consultoria LCA previa o mesmo percentual. Outros analistas ouvidos pela agência de notícias Reuters também esperavam uma inflação maior (0,49%).

A economista, no entanto, destaca que o indicador acumulado nos últimos 12 meses permanece elevado, em 6,46%. "Mesmo com a desaceleração esperada para os próximos meses, a inflação irá encerrar o ano em um patamar elevado, bem acima do centro da meta do governo [4,5%]", afirma. A Tendências estima que o IPCA, índice oficial, fechará o ano em 5,6%.

"A inflação encerrará 2013 em um patamar elevado, sendo que o cenário seria ainda pior se não tivessem ocorrido medidas que contribuíram para um indicador menor, como a redução da tarifa de energia e do IPI (Imposto Sobre Produtos Industrializados) dos veículos", afirma.

Editoria de Arte/Folhapress

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