Folha de S. Paulo


Copel vai repassar R$ 125 milhões para consumidor em conta de luz

A Companhia Paranaense de Energia (Copel) vai repassar R$ 125 milhões para a conta de luz dos consumidores na data do reajuste anual das tarifas. O montante se refere a despesas não gerenciáveis acumuladas pela companhia no primeiro trimestre, informou nesta sexta (17) Luiz Eduardo da Veiga Sebastiani, diretor financeiro da subsidiária de distribuição.

Deste total, R$ 85 milhões referem-se a componentes financeiros e R$ 40 milhões à variação de itens da "parcela A" (CVA), que vão ser recuperados em exercícios futuros, por meio de reajustes tarifários.

Se esses valores fossem considerados no primeiro trimestre, o Ebitda da companhia não seria negativo. Nos três primeiros meses, o Ebitda da Copel Distribuição foi negativo em R$ 101,4 milhões.

A Copel Distribuidora recebeu R$ 204 milhões em repasses do Tesouro, por meio da Conta de Desenvolvimento Energético (CDE), para cobrir gastos com a geração térmica fora da ordem de mérito (Encargo de Serviços do Sistema --ESS) e com a exposição involuntária ao mercado de curto prazo --após o rateio, entre todas as distribuidoras, da energia produzida pelas hidrelétricas cujas concessões foram renovadas.

DIVIDENDOS

Durante teleconferência realizada com analistas, Sebastiani afirmou que a Copel vai retomar a discussão em torno do pagamento de dividendos no segundo semestre.

Analistas cobraram da estatal uma melhor política de distribuição de lucros sobre os resultados da companhia referentes ao primeiro trimestre e elogiaram a decisão da estatal de preservar o caixa ao não participar do último leilão de linhas transmissão, na semana passada.

"Entendemos que essa 'distribuição de dividendos' é uma política importante para o mercado e uma alavanca de crescimento para a empresa", respondeu Sebastiani. O executivo reconheceu que a estatal não possui uma política forte de dividendos, mas afirmou que a empresa busca um "alinhamento com as demais companhias do setor elétrico" nesse ponto. "Esse é o nosso alvo".

O desafio neste momento, disse Sebastiani, será a redução de custos na área de distribuição. A distribuidora fechou o primeiro trimestre com uma geração de caixa medida pelo Ebitda negativa em R$ 101,4 milhões, enquanto a área de geração e transmissão apresentou um Ebitda de R$ 646,5 milhões, 111% maior que em igual trimestre de 2012. A margem Ebitda da distribuição foi negativa em 7,2%, enquanto a margem da geração e transmissão foi positiva em 74,5% no período.

CORTE DE CUSTOS

O diretor financeiro afirmou também que a estatal vai abrir uma licitação para a contratação de uma consultoria com o objetivo de implementar um programa de corte de custos em sua subsidiária de distribuição. "Vamos contratar uma consultoria para deixar a estrutura da empresa mais leve".

A meta da Copel é reduzir em 700 o número de funcionários até o fim de 2014, dos atuais 7.200 para 6.000 empregados. Isso será feito em grande parte com a não reposição das vagas que ficarem abertas. Neste ano, a empresa já prevê uma diminuição de 500 funcionários em sua folha de pagamento.

Segundo Sebastiani, a otimização de custos já "tomou impulso" no primeiro trimestre, com a nomeação de um novo executivo para cuidar dos negócios de distribuição.


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