Folha de S. Paulo


Após IPCA de abril, economistas reavaliam projeções de inflação para maio

Com o aumento acima do esperado do índice oficial de inflação do país --o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que teve alta de 0,55% em abril--, economistas reavaliam suas expectativas para a inflação de maio.

A consultoria LCA elevou de 0,33% para 0,37% a projeção de alta do índice neste mês, com o acumulado em 12 meses se mantendo em torno dos 6,5%.

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A consultoria destaca, porém, que a taxa em maio permanecerá menor do que abril pela queda projetada do etanol e a intensificação da deflação da gasolina, que teve queda de 0,41% em abril.

"Projetamos que o grupo Alimentação e Bebidas registrará desacelaração entre abril (0,96%) e maio (0,39%), muito mais lenta do que apontaria a conjugação entre os impactos da desoneração dos itens da cesta básica e as quedas dos preços agropecuários no atacado", disse a LCA em nota.

Já o HSBC manteve as projeções, mas reconheceu que há risco de não serem atingidas se a alta dos alimentos prosseguir. O banco credita a resistência do preço dos alimentos às mudanças feitas no frete de caminhões com a lei que reduz o turno de trabalho dos caminhoneiros.

"No geral, as perspectivas para a inflação continuam a ser preocupantes", disse o HSBC em nota assinada pelos analistas Constantin Jancso e Sabrina Andrade.

Os especialistas esperam o recuo da inflação dos alimentos de 14% para 7,9% e com isso a inflação do ano ficaria em 6,5%. Se isso não ocorrer, observam, a taxa anual terá que ser revista para cima.

O banco prevê ainda que após a inflação de abril, o Banco Central continuará a realizar ajustes de 0,25 pontos percentuais na taxa de juro básica, elevando a Selic para 8,5% no final do ano.

Editoria de Arte/Folhapress


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