Folha de S. Paulo


Disputa sobre números gera incerteza no setor publicitário

Em editorial, o "Meio & Mensagem" reconheceu que "o meio internet começou a ficar subdimensionado no Projeto Inter-Meios" porque "importantes players, alegando não poder divulgar dados, não participam". São eles Google, Facebook e Buscapé.

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Sem abrir nomes, o IAB diz que seu levantamento traz os "grandes players", que só participam "na condição de não se sujeitar a auditoria". No Inter-Meios, os dados são sujeitos a auditoria eventual da PricewaterhouseCoopers.

Questionado, o Google diz que sua política "é não divulgar receita por país, com poucas exceções, apenas EUA e Reino Unido". Sobre a representatividade dos dados do IAB, respondeu que não comenta, "entretanto, é indisputável que a economia digital está crescendo no Brasil".

Com a internet subdimensionada no Inter-Meios, o IAB passou a ser adotado por consultorias de mídia no exterior, como a Outsell, de Ken Doctor, para análises do país.
Mas tanto Inter-Meios quanto IAB vêm buscando aproximar Google e outros do levantamento tradicional.

"Dizemos que o número é brasileiro e fica com a Price, mas nos EUA eles não cedem", diz Rafael Davini, presidente do IAB.

O publicitário Caio Barsotti, que foi o primeiro diretor de publicidade do Yahoo no Brasil e o alinhou às normas e leis locais, questiona frontalmente os números do IAB e o Google.

"A iniciativa mais confunde do que desvenda a informação para o mercado", diz ele, hoje presidente do Cenp (Conselho Executivo das Normas-Padrão), que procura reger a publicidade brasileira. "É uma estimativa, não deveria nem ser levado em conta, não tem auditoria externa."

Também Barsotti, de qualquer maneira, defende a incorporação do Google ao Inter-Meios.


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