Folha de S. Paulo


Chinesa Shacman anuncia R$ 400 milhões para fábrica de caminhões no Brasil

A Metro-Shacman, representante da fabricante de caminhões chinesa Shacman no Brasil, anunciou nesta terça-feira (30) investimento de R$ 400 milhões em uma fábrica na cidade de Tatuí, a 140 quilômetros de São Paulo.

A empresa vai adaptar um espaço já existente para iniciar a montagem dos caminhões, que deve começar em 2014, com foco em modelos pesados e extrapesados, de 380 a 440 cavalos de potência.

Parte do investimento total será feita pela representante brasileira e a outra parte pela chinesa Shacman, mas os porcentuais com os quais cada uma deve contribuir ainda não foram definidos, afirmou Mauricio Vieira, diretor de operações da Metro-Shacman.

A montagem nacional deve baratear o preço dos caminhões importados pela companhia, que atualmente custam entre R$ 200 mil e R$ 300 mil. "Penso que vamos conseguir um preço bem competitivo para a demanda do mercado para esse segmento", afirmou Vieira.

A unidade fabril terá capacidade instalada de 10 mil unidades ao ano. De acordo com Vieira, com a consolidação da marca no país, a empresa passará a comercializar também modelos de caminhões médios, leves e ligeiros no Brasil, cuja montagem pode ser feita nacionalmente.

MUDANÇA DE PLANOS

A escolha de Tatuí como local para abrigar a unidade de montagem ocorreu após a empresa ter desistido de um investimento de R$ 1 bilhão em uma fábrica em Pernambuco, anunciado no ano passado.

Segundo Vieira, a intenção original era que houvesse a construção de um parque industrial de fabricantes de autopeças chinesas na cidade Caruaru, mas o projeto não foi levado adiante e a empresa acabou optando por fazer somente a montagem dos caminhões no Brasil.

O município de Tatuí, em São Paulo, foi então escolhido para abrigar a fábrica devido à proximidade com fornecedores como a fabricante de motores Cummins, que fica em Guarulhos. A empresa também negocia adquirir sistemas de transmissão da ZF, que fica em Sorocaba.

De acordo com a empresa, a ideia foi favorecida pelo novo regime automotivo, o Inovar-Auto --que visa a estimular a produção nacional de veículos com restrições para as importações. Pelo regime, empresas que tenham índices de nacionalização de componentes acima de 65% estão isentas do pagamento extra de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados).

Em 2012, a Metro-Shacman importou 99 caminhões para o país, com o pagamento extra do imposto. A empresa calcula que, por meio das parcerias com as fornecedoras locais, vai conseguir atender ao requisito de 65% de nacionalização definido pelo novo regime.

CHINESAS

Além da Shacman, a também chinesa Foton, anunciou no final de 2012 planos para construção de uma fábrica de caminhões no Brasil a partir deste ano. Já a JAC anunciou no início de 2013 sua entrada no segmento de caminhões leves.

As vendas de caminhões no Brasil despencaram cerca de 20% no ano passado e acumularam queda de 8,7% nos três primeiros meses de 2013. Apesar disso, a associação de montadoras instaladas no país, Anfavea, estima crescimento nos licenciamentos de caminhões de cerca de 7,5% este ano.

Com Reuters


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