Folha de S. Paulo


De olho na alta renda, banco amplia consórcios

De olho no público de classe média alta, os bancos têm reformulado seus produtos de consórcio, especialmente no segmento imobiliário.

Para especialista, há vantagem para contemplado em consórcio até 2º mês

Em razão dos altos preços das residências, o valor das cartas de crédito agora chega a R$ 1 milhão. Até 2009, não passava de R$ 300 mil.

Para os bancos, a longa duração dos consórcios -os contratos podem alcançar 200 meses, quase 17 anos- é um bom mecanismo de fidelização dos clientes.

Nesse período, o consorciado tende a consumir outros produtos das instituições, como fundos e seguros.

O HSBC foi o que mais recentemente aumentou o limite das cartas de crédito imobiliárias, de R$ 700 mil para R$ 1 milhão, em janeiro.

"Notamos que muitos clientes adquiriam mais de uma carta de crédito para compor valores maiores", diz Samir Foguel, executivo sênior de produtos e segmentos do banco.

A instituição informou que clientes das classe A e B se enquadram na categoria "varejo seletivo", de quem tem renda acima de R$ 4.000, mas não revelou qual o percentual desses consumidores entre seus cotistas.

No Itaú, 80% dos clientes de consórcio têm perfil de alta renda, definido como de grupos que buscam imóveis a partir de R$ 700 mil (classe A) e de R$ 350 mil (classe B).

O Itaú aumentou seu limite em maio de 2011, de R$ 200 mil para R$ 700 mil.

Na Caixa Econômica Federal, a alta renda tem parcela de 87% no total de consorciados, fatia que tem se mantido nos dois últimos anos.

A Caixa considera classe B consumidores com renda familiar mensal de R$ 2.200 a R$ 6.500, e classe A, acima de R$ 6.500.

No Banco do Brasil, a participação dessas faixas de renda nos consórcios subiu de 25,3% para 28,5% em 12 meses até fevereiro.

A instituição tem um critério mais rigoroso de renda. Para o banco, a classe B tem renda familiar mensal acima de R$ 8.000 e investimentos entre R$ 100 mil e R$ 1,99 milhão. A classe A possui investimentos a partir de R$ 2 milhões. BB e Caixa criaram, no ano passado, cartas de crédito de até R$ 700 mil.

Editoria de Arte/Folhapress

Santander e Bradesco têm limites menores -R$ 200 mil e R$ 300 mil, respectivamente-, mas ressaltam que o consorciado pode adquirir mais de uma cota para compor o valor pretendido.

PERFIL

Alexandre Luis dos Santos, gerente-executivo da BB Consórcios, diz que o público de alta renda tem um perfil mais adequado aos consórcios.

"Conhecedores do mercado financeiro, eles encontram no consórcio a possibilidade de realizar investimentos com custo reduzido", diz Santos.

Nos consórcios, não há incidência de juros, como nos financiamentos. O que há são taxas, como a de administração, distribuída ao longo do período de contrato.

Para especialistas, porém, é preciso considerar outros custos, como o aluguel enquanto não se é contemplado e a valorização dos imóveis para além do valor da carta de crédito.


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