Folha de S. Paulo


Oferta de cuidadores terceirizados deve crescer, afirma sindicato

Das 209 empresas que realizam atendimento domiciliar em saúde no Estado de São Paulo, menos de dez oferecem o serviço de cuidadores de idosos, segundo o Sindhosp, sindicato que representa hospitais, clínicas e laboratórios.

A diretora Luiza Dal Ben assegura, no entanto, que o segmento está crescendo. "Há pouca oferta e muita demanda, a tendência é que o setor cresça ainda mais", diz.

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De acordo com Dal Ben, o custo do serviço 24 horas, incluindo fins de semana, varia entre R$ 2.500 e 10.000: "Normalmente, são quatro cuidadores, que se revezam. Procuramos manter sempre os mesmos, para não prejudicar o vínculo afetivo com o idoso."

A diretora aponta, como vantagens de contratar uma empresa, a qualificação dos cuidadores e a orientação de gerontólogos e nutricionistas.

"Nós treinamos internamente os empregados. Um bom cuidador tem que saber reconhecer os sinais de alerta e pode até evitar uma internação", afirma.

De acordo com o presidente da Associação dos Cuidadores de Idosos de Minas Gerais, Jorge Roberto Souza, o custo do mesmo serviço, com empregados domésticos, ficaria em torno de R$ 5.000 por mês.

O presidente alerta que o laço emocional com o cuidador é extremamente importante e que trocas de profissionais podem abalar a saúde do assistido.

CUIDADOS

Quando o contrato é feito com empresas, advogados recomendam buscar companhias idôneas, porque os custos trabalhistas podem ser assumidos pelo empregador doméstico caso os funcionários não sejam pagos.

"Decisões reiteradas do Tribunal Superior do Trabalho responsabilizam o tomador de serviços quando há condenação da empresa", explica Frank Santos, do escritório M&M Advogados Associados.

Para se precaver, o consumidor deve verificar com atenção os termos do contrato antes de assinar o documento e procurar órgãos de defesa do consumidor, como o Procon mais próximo de sua residência, para buscar informações sobre a empresa e consultar o cadastro de reclamações, por exemplo.

"Outra dica importante é buscar indicações de conhecidos sobre o serviço", aconselha Sônia Amaro, supervisora institucional do Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor).

De acordo com Flávio Pires, sócio do escritório Siqueira Castro, a contratação de uma empresa não afasta totalmente a possibilidade de gerar vínculo empregatício.

"Se a mesma pessoa vai todos os dias e ela não pode ser substituída, um juiz pode interpretar que não era um prestador de serviço, mas um empregado da casa", afirma.


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