Folha de S. Paulo


Economistas reduzem a projeção do juro e aumentam a da inflação para 2013

Economistas de instituições financeiras reduziram a expectativa para a Selic --taxa básica de juros da economia brasileira-- no fim deste ano, de 8,50% para 8,25% ao ano, informou nesta segunda-feira (22) o Boletim Focus, do BC (Banco Central).

A mudança ocorre após o BC brasileiro ter mantido o tom de cautela na semana passada e decidir iniciar o ciclo de aperto monetário para combater a inflação elevada com uma leve alta de 0,25 ponto percentual da Selic, para 7,50% ao ano.

Veja como a taxa básica de juros influencia a economia brasileira
Banco Central sobe juro básico, a taxa Selic, para 7,50% ao ano

A taxa de juros é o instrumento utilizado pelo BC para manter a inflação sob controle (subindo a taxa) ou estimular a economia (cortando-a).

Se os juros caem, a população tem maior acesso ao crédito e consome mais. Este aumento da demanda pode pressionar os preços caso a indústria não esteja preparada para atender um consumo maior e resultar em inflação.

Se os juros sobem, a autoridade monetária inibe consumo e investimento --que ficam mais caros--, a economia desacelera e evita-se que os preços subam.

Editoria de Arte/Folhapress

O Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom) decidiu aumentar a Selic porque o índice oficial da inflação (IPCA) atingiu 6,59% no acumulado dos últimos 12 meses encerrados em março e estourou o teto da meta estipulada para a alta dos preços, que é de 4,5% ao ano com margem de 2 pontos percentuais para mais ou para menos.

Para o próximo encontro do Copom, em maio, os analistas preveem mais uma alta de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros, segundo o Boletim Focus.

INFLAÇÃO

A previsão de uma menor taxa de juros no fim do ano fez com que os economistas consultados pelo BC para fazer o Focus elevaram a perspectiva para a inflação neste ano para 5,70% --ante 5,68% anteriormente.

Em relação à inflação nos próximos 12 meses, a projeção subiu de 5,42% na semana passada para 5,53% hoje.

Para 2014, a projeção de inflação foi ligeiramente elevada de 5,70% no último boletim para 5,71% no de hoje e a da Selic foi mantida em 8,50% ao ano.

CRESCIMENTO

Em relação ao crescimento a estimativa permaneceu inalterada tanto para 2013 (alta de 3% do PIB) quanto para 2014 (3,5%).

A perspectiva para a expansão da produção industrial foi reduzida de 3,00% para 2,86% neste ano e de 3,80% para 3,75% em 2014.

A pesquisa mostrou ainda manutenção da projeção para o câmbio no final deste ano em R$ 2 pela oitava semana seguida.


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