Folha de S. Paulo


Após aumento da Selic, Bovespa fecha com leve valorização; Gol dispara 10%

O principal índice de ações da Bolsa brasileira fechou em alta de 0,53% nesta quinta-feira (18), para 53.165 pontos. Além da divulgação de indicadores econômicos negativos nos EUA, os investidores também avaliaram o aumento da Selic pelo Banco Central.

Ajudando a puxar o Ibovespa para cima, as ações mais negociadas da Petrobras subiram 3,79%, para R$ 17,82 cada. Esses papéis possuem peso de mais de 8% sobre o índice.

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Decisão do Copom não convence investidores e dólar à vista fecha em alta

Já as ações da companhia aérea Gol lideraram as altas do Ibovespa hoje, com valorização de 10,74%, para R$ 12,79 cada, após o Distrito Federal ter reduzido a alíquota de ICMS sobre combustível de aviação, de 25% para 12%.

"A notícia tem impacto bastante positivo sobre as ações da Gol, já que a companhia tem atravessado uma fase financeira ruim. Para tentar reverter seu prejuízo, a Gol tem adotado medidas drásticas, como cobrança por serviços de bordo e campanha de desperdício de combustível para seus pilotos", lembrou Pedro Galdi, da SLW Corretora.

AGENDA ECONÔMICA

Na noite de ontem, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros nacional, levando a Selic para 7,5% ao ano.

Especialistas consultados pela Folha acreditam que o aumento não conseguiu convencer os investidores de que será capaz de contribuir para desacelerar a inflação no país.

"Esse aumento não dá conta de frear a inflação, até porque os efeitos de um aperto monetário costumam demorar mais ou menos seis meses para serem sentidos, mas tem um efeito psicológico no mercado", diz Elad Revi, analista da Spinelli Corretora.

No mês passado, a inflação acumulada no país ultrapassou o limite da meta do governo, de 6,5% em 2013, ao subir 6,59% em 12 meses.

Nos EUA, o número de americanos entrando com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu levemente na semana passada, enquanto o crescimento da atividade da indústria na região da Filadélfia desacelerou inesperadamente em abril.

As referências vindas da Europa também aumentaram o clima de cautela entre os investidores hoje. Na Itália, o parlamento não conseguiu eleger o presidente do país nas duas votações realizadas hoje. Uma nova votação acontecerá amanhã (19).

DÓLAR

O dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, fechou esta quinta-feira em alta de 0,65%, cotado a R$ 1,17 na venda.

A moeda se valorizou, apesar do aumento da taxa Selic, o que torna o país mais atrativo para os investidores estrangeiros, que buscam países onde os juros são mais elevados visando aumentar seus rendimentos. Com a maior oferta de dólares no país, a tendência natural é de queda na cotação da moeda.

"Desta vez, a alta da Selic não causou este tipo de fluxo de entrada, pois não representa qualquer tipo de tendência de alta de juros que possa, de fato, incentivar o capital externo à migrar ao país", disse Fernando Bergallo, gerente de câmbio da Tov Corretora.

O dólar comercial, que é utilizado no comércio exterior, fechou com valorização de 0,9%, cotado a R$ 2,017 na venda.

(ANDERSON FIGO)


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