Folha de S. Paulo


Bolsa e dólar sobem após aumento da Selic; Gol tem alta de mais de 8%

Com a divulgação de indicadores econômicos negativos nos EUA, o principal índice de ações da Bolsa brasileira oscila entre perdas e ganhos nesta quinta-feira (18). Além do cenário externo, os investidores também avaliam o aumento da Selic pelo Banco Central.

Às 14h11 (horário de Brasília), o Ibovespa registrava leve valorização de 0,71%, aos 53.257 pontos. Ontem, o índice fechou em seu menor patamar em quase nove meses (52.881 pontos).

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Nos EUA, o número de americanos entrando com novos pedidos de auxílio-desemprego subiu levemente na semana passada, enquanto o crescimento da atividade da indústria na região da Filadélfia desacelerou inesperadamente em abril.

As referências vindas da Europa também aumentam o clima de cautela entre os investidores hoje.

Na Itália, nesta manhã, o parlamento não conseguiu eleger o presidente em primeira votação - ainda haverá nova rodada hoje e, caso não se alcance um consenso, outra amanhã (19).

Aqui, o Copom (Comitê de Política Monetária do Banco Central) anunciou na noite de ontem um aumento de 0,25 ponto percentual na taxa básica de juros nacional, levando a Selic para 7,5% ao ano.

Especialistas consultados pela Folha acreditam que o impacto do aperto monetário sobre os mercados hoje deve ser limitado, uma vez que a elevação na Selic já era amplamente esperada, embora houvesse dúvida quanto a dimensão da alta.

AÇÕES

Ajudando a puxar o Ibovespa para cima, as ações mais negociadas da Petrobras subiam 2,85%, para R$ 17,66 cada, às 14h11. Esses papéis possuem peso de mais de 8% sobre o índice.

As ações da companhia aérea Gol também eram destaque de alta na Bolsa às 14h11, com valorização de 8,83%, para R$ 12,57 cada, em meio a notícias de que o Distrito Federal reduziu a alíquota de ICMS sobre combustível de aviação, de 25% para 12%.

DÓLAR

O dólar à vista, referência para as negociações no mercado financeiro, registra alta em relação ao real nesta quinta-feira, após o Banco Central ter elevado a Selic em 0,25 ponto percentual ontem, abaixo do que foi antecipado pelos juros futuros na BM&FBovespa, o que impulsiona um ajuste nos mercados financeiros após a decisão.

Às 13h25 (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,65%, cotado a R$ 2,017 na venda. No mesmo horário, o dólar comercial, utilizado no comércio exterior, tinha valorização de 0,95%, para R$ 2,018 na venda.

"A alta dos juros deveria atrair mais investidores estrangeiros e estimular a queda do dólar. Mas o que estamos vendo é que o mercado avaliou o aperto monetário como tardio e ineficaz, por isso está havendo uma compra maior da moeda pelos bancos, uma vez que ela é considerada uma aplicação mais segura, o que está movendo a cotação para cima", disse Reginaldo Galhardo, gerente de câmbio da Treviso Corretora.


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