Folha de S. Paulo


Vale, Petrobras e OGX despencam e Bovespa tem maior queda em 1 ano e meio

O crescimento menor que o esperado da economia da China preocupou os investidores ao redor do mundo e derrubou os mercados internacionais. Seguindo este movimento, o principal índice de ações da Bolsa brasileira, o Ibovespa, fechou em queda de 3,66% nesta segunda-feira (15), para 52.949 pontos.

Com este desempenho, o índice atingiu seu menor patamar desde 25 de julho do ano passado, quando ficou em 52.607 pontos. A baixa registrada pelo Ibovespa hoje também representa a maior desvalorização diária do índice desde 22 de setembro de 2011, quando teve queda de 4,82%.

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A desvalorização do Ibovespa hoje foi puxada principalmente pela queda das ações ligadas às commodities, já que a China é o principal consumidor de metais do mundo.

As ações mais negociadas da Vale e da Petrobras caíram 6,46% e 4,06%, respectivamente, para R$ 30,80 e R$ 17,23. Já os papéis da OGX, empresa do ramo de petróleo de Eike Batista, caíram 12,9%, para R$ 1,35 cada.

Essas três ações, juntas, correspondem por mais de 22% do Ibovespa. Cabe destacar que nenhuma das 69 ações que compõem o índice fechou em alta hoje.

A economia China, maior consumidora de metais do mundo, registrou uma desaceleração inesperada no primeiro trimestre, com crescimento de 7,7% na comparação com igual período de 2012.

O desempeho é menor do que o avanço de 7,9% registrado no quarto trimestre de 2012 e abaixo da expectativa do mercado, de expansão de 8,0% no período, segundo pesquisa da Reuters.

"É uma reação em cadeia. O mercado teme que o menor desempenho da economia da China reduza o crescimento global e a demanda por commodities, por isso está havendo esta queda generalizada", diz Pedro Galdi, analista da SLW Corretora.

Para Galdi, aqui no Brasil podemos sentir mais fortemente esses efeitos, caso sejam confirmados, pois o país é um grande exportador de matéria-prima.

"A China é um dos principais parceiros comerciais do Brasil e do mundo, então, é claro que uma demanda menor por matérias-primas nos afeta negativamente. Mas temos que destacar que a economia do país asiático ainda cresce forte em relação às outras grandes potências mundiais", completou Galdi.

DADOS RUINS

As referências vindas dos Estados Unidos também contribuem para o sentimento de aversão ao risco entre os investidores ao redor do globo.

Por lá, o ritmo de crescimento da indústria do Estado de Nova York desacelerou mais do que o esperado em abril, à medida que as novas encomendas caíram, sugerindo que a economia perdeu um pouco de força no início do segundo trimestre, mostraram dados do Federal Reserve de Nova York nesta segunda-feira.

O índice de condições empresariais gerais, do Fed de Nova York, recuou para 3,05 pontos em abril, ante 9,24 pontos em março, abaixo das previsões de economistas de 7 pontos no período em questão.

Aqui, mesmo com a inflação tendo estourado o teto da meta definida pelo BC (Banco Central) em março, o mercado manteve a convicção de que a autoridade monetária não vai subir a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, para frear a alta dos preços --pelo menos no curto prazo.

Segundo o Boletim Focus divulgado pelo BC nesta segunda-feira, o mercado projeta que a Selic seja mantida em 7,25% ao ano na reunião desta semana do Copom (Comitê de Política Monetária).

No médio e longo prazos, no entanto, a projeção do mercado é de alta da taxa básica de juros: para 7,75% ao ano na reunião de maio e para 8,50% até o fim do ano --taxa que deve permanecer estável ao longo de 2014, segundo o mercado.

Apesar disso, os analistas consultados mantiveram a projeção de expansão do PIB (Produto Interno Bruto) de 3,00% em 2013, sem alteração em relação à projeção da semana anterior. Para 2014 também houve manutenção da perspectiva de crescimento: 3,50%.

Com Reuters


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