Folha de S. Paulo


Petrobras desiste de vender refinaria nos EUA e descarta venda de ações

A Petrobras desistiu de vender a refinaria de Pasadena, nos Estados Unidos, informou hoje (19) a presidente da estatal, Graça Foster, sem dar mais detalhes.

A polêmica refinaria da Petrobras nos EUA foi retirada do plano de desinvestimentos da Petrobras.

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A previsão da venda de ativos passou de US$ 14,7 bilhões no plano anterior (2012-2016) para US$ 9,9 bilhões no novo plano de negócios (2013-2017). As vendas de ativos somaram US$ 4,3 bilhões em 2012, reduzindo assim o montante a ser vendido até 2017.

Graça explicou que atualizou o valor de alguns ativos e reviu a participação de outros, como a refinaria de Pasadena, no Texas.

O TCU (Tribunal de Contas da União) vai investigar a compra da refinaria pela Petrobras em 2006, devido a suspeitas de irregularidades na compra.

De acordo com o TCU, a belga Astra/Transcor comprou a refinaria por US$ 42,5 milhões em 2005. Em 2006, repassou metade da unidade à Petrobras, por US$ 360 milhões. A outra metade foi vendida depois de divergências entre os sócios. A estatal pagou mais US$ 820,5 milhões para encerrar o litígio e ficar com 100% da unidade.

A refinaria de Pasadena e do Japão, em Okinawa, foram colocadas à venda pela estatal para ajudar a financiar o seu plano de investimentos anterior, de US$ 236,5 bilhões, para o período 2012-2016. O atual plano aumentou em apenas US$ 200 milhões os investimentos até 2017, para US$ 236,7 bilhões.

AÇÕES

Para dar sustentação ao seu novo plano de investimento, a Petrobras manteve as mesmas premissas do programa anterior, como a manutenção do grau de investimento e a ausência de uma nova emissão de novas ações para se financiar.

Outros dois pressupostos são a convergência no longo prazo aos preços internacionais e o foco na venda de ativos da companhia no Brasil e no exterior, cujo objetivo é fazer caixa. "Os fundamentos são exatamente os mesmos do plano de 2012 a 2016", disse Graça Foster.

Na área financeira, o objetivo é manter a alavancagem em, no máximo, 35% e a relação dívida líquida sobre Ebitda (geração de caixa) no teto de 2,5% --limites nos quais a estatal tem se aproximado nos últimos trimestres.

O novo plano prevê praticamente os mesmos valores de investimento do anterior (US$ 236,7 bilhões de 2013 a 2017). Desse total, US$ 207,1 bilhões são referentes a 770 projetos em implantação e US$ 29,6 bilhões para 177 projetos em avaliação.

Entre os grandes projetos ainda sob avaliação, estão as refinarias premium do Maranhão e do Ceará e as unidades de produção de fertilizantes.

Foster ressaltou, porém, que os projetos das refinarias tiveram uma "grande maturidade" desde o lançamento do último plano, quando foram colocadas sob avaliação.

Segundo a executiva, o foco principal de companhia é "um trabalho de acompanhamento de desempenho e gestão muito forte, focado no atendimento de metas físicas [de avanço dos projetos] e financeiras".

OUTRAS REFINARIAS

A empresa estipulou também, pela primeira vez, prazos para as suas novas refinarias no Maranhão e Ceará, que estão em avaliação.

A primeira fase da Premium I, no Maranhão, com capacidade para 300 mil barris diários de petróleo processado, ficará pronta em outubro de 2017. A segunda fase, adicionando capacidade para mais 300 mil barris, só entrará em outubro de 2020.

Já a refinaria do Ceará, Premium II, tem previsão de começar a operar em dezembro de 2017.

A primeira fase do Comperj (Complexo Petroquímico do Rio de Janeiro), com 165 mil barris diários, ficará pronta em abril de 2015 e, a segunda etapa, em janeiro de 2018.

A Refinaria Abreu e Lima, em Pernambuco, terá capacidade para 115 mil barris diários a partir de novembro de 2014 e outra capacidade semelhante está prevista para maio de 2015.


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