Folha de S. Paulo


Análise: Vantagens esquecidas podem se tornar custos

Abrir uma nova conta bancária sempre parece um bom negócio para o consumidor mais inocente. O número de vantagens é tão sedutor que é quase impossível não aceitar as propostas do gerente.

Os benefícios variam: taxas mais baixas, internet banking, gerente sempre a postos, transferências imediatas, capitalização, seguros etc. Esse conjunto recebe o nome de "Relacionamento".Essas assistências podem ser úteis, mas muitos clientes esquecem delas.

No momento da abertura da conta, sempre é passada a relação de benefícios. Além disso, o banco usa o termo relacionamento como condicional para juros mais baixos em empréstimos, como o caso do financiamento imobiliário.

O problema está no fato de esse relacionamento se resumir em contratação, pelo cliente, de produtos e serviços que vão de seguro e previdência a capitalização. Inclusa neste conjunto sempre está uma redução em alguma taxa básica que qualquer usuário terá de pagar.

Mas os bancos, nada ingênuos, embutem taxas para qualquer tipo de serviço, independentemente de sua utilização, como cheque especial, extratos, entre outros.

Assim, os inúmeros benefícios que são esquecidos pelos usuários e ficam parados por muito tempo também acabam virando custos.

Na prática, as ofertas de reduções em taxas de serviços utilizados com frequência são compensadas com o pagamento de outras relacionadas a funções sobre as quais nem mesmo existe interesse.

Felizmente, já há instituições caminhando na direção oposta e reduzindo custos de manutenção se o plano selecionado for só de serviços on-line. Mas é sempre bom ter cuidado para que uma vantagem não vire um relacionamento desagradável.

SAMY DANA é Ph.D em business, professor da FGV e coordenador do núcleo de cultura e criatividade GV Cult.


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