Folha de S. Paulo


Governo quer desligar canais analógicos de TV começando por SP

O desligamento dos canais de TV analógicos, em 2015, pode começar pelo Estado de São Paulo, o mais populoso da federação.

A intenção do governo é montar um cronograma para gradual adequação das emissoras que transmitem a programação analógica, transformando-as em digitais. Isso será feito Estado por Estado até meados de 2016.

À medida em que a mudança for concluída, as operadoras de telefonia móvel vão começar a usar essa faixa, de 700MHz, para expansão da internet de 4G, que permite velocidade de navegação dez vezes superior à atual 3G.

Apesar de o calendário definitivo do governo para essa mudança não estar fechado, técnicos do Ministério das Comunicações veem o São Paulo como um dos mais avançados no processo de digitalização, portanto, relativamente mais simples para pôr o plano em prática.

À Folha, o ministro Paulo Bernardo (Comunicações) disse que essa é uma hipótese "tecnicamente viável".

O governo avalia que além da estrutura técnica estar mais avançada em São Paulo, ainda há outra vantagem: a elevada renda da população, facilitando a adaptação à TV digital, que demanda compra de uma TV preparada para essa tecnologia ou de um conversor digital.

Segundo o ministério, em 4.800 municípios do país a frequência de 700 MHz já está disponível para implementação da internet 4G. Em regiões mais populosas --cerca de 700 municípios brasileiros-- esse espectro ainda está bastante ocupado com a transmissão de canais analógicos.

Justamente em São Paulo, o uso dessa faixa pelas TVs é intenso, o que implica a criação de uma política específica para reorganização desse espaço. Além disso, a população também precisa se preparar com antecedência para não deixar de receber as imagens e o som na TV.

"Vamos iniciar uma campanha, uns seis meses antes para orientar as pessoas", explicou Paulo Bernardo.

No edital de leilão da faixa de 700 MHz, o mais provável é que o governo ofereça quatro lotes de tamanhos iguais (10 MHz+10 MHz), para disputa das operadoras de telefonia móvel. Também deve haver um lote com largura de banda menor (5 MHz+5 MHz).

Quanto maior for a largura da banda, ou seja, quanto maior o espaço arrematado para transmissão de dados, mais clientes a operadora conseguirá atender.

Outros 18 MHz ficarão sem ocupação para dar segurança às transmissões de internet e evitar interferências, chamada "banda de guarda".

Esses critérios técnicos são os que definem a disputa entre as empresas.

No leilão 4G do ano passado, que licitou a faixa de 2,5 GHz, as quatro maiores operadoras do país (Vivo, Claro, Oi e TIM) disputaram de forma mais acirrada pelas duas faixas que eram maiores. Levando vantagem a Vivo e a Claro, que ficaram com os únicos dois lotes de 20 MHz. Oi e TIM ficaram com as faixas menores.


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