Folha de S. Paulo


Apple recorre da decisão que deu à Gradiente registro do nome "iPhone"

O Inpi (Instituto Nacional da Propriedade Industrial) publicou nesta quarta-feira (13) na Revista da Propriedade Intelectual a decisão já anunciada de que a Gradiente é a dona do uso exclusivo do nome iPhone para aparelhos celulares no Brasil. A novela, no entanto, está longe de acabar.

Apple reduz preço de MacBook em até US$ 200
Gradiente publica vídeo para 'esclarecer' história da marca iphone
Apple quer roupa 'iphone' e gravata 'ipad' no Brasil para proteger marcas
Gradiente lança linha de celulares 'iphone'

O Inpi disse que a Apple já recorreu da decisão no próprio instituto pedindo a anulação do registro da Gradiente sob o argumento de "caducidade. De acordo com a Apple, a Gradiente não fez uso da marca em cinco anos. A Gradiente tem 60 dias para provar que usou o nome, caso contrário perderá o registro.

A Gradiente solicitou o registro da marca "g grandiente iphone" em 2000, sete anos antes do lançamento do iPhone da Apple. O registro foi concedido em janeiro de 2008, e o prazo para o uso da marca venceria no mês passado --mas, em dezembro, a Gradiente anunciou o lançamento do seu iphone e garantiu a exclusividade do nome no Brasil.

Divulgação
Um dos celulares da linha
Um dos celulares da linha "iphone" da Gradiente, anunciado em dezembro de 2012

A empresa fundada por Steve Jobs fez o pedido de registro da marca iPhone em 2007. Com a concessão do nome à Gradiente, a Apple teve a solicitação negada.

Segundo funcionários do Inpi, a decisão publicada na revista da entidade não tem influência sobre as vendas. Apenas uma decisão judicial demandada pela Gradiente poderia proibir a Apple de usar o nome da marca.

Procurada, a Gradiente informou por meio de sua assessoria de imprensa que ainda não possui um posicionamento oficial sobre o caso. A Apple afirmou que não vai comentar.

Quando lançou seu primeiro iPhone, em 2007, a Apple passou pelo mesmo problema com a Cisco, detentora do nome nos Estados Unidos. À época, as empresas negociaram um acordo.

MONITOR IPAD

O caso é semelhante também ao da Proview, que forçou a Apple a pagar US$ 60 milhões pelo uso da marca "ipad" na China.

Subsidiária da Proview, fabricante taiwanesa de telas LCD, a chinesa Proview Technology comercializava um monitor com o mesmo nome do tablet da Apple até 2009 no país.

A Proview taiwanesa, que havia registrado a patente "ipad" em oito países em 2000, vendeu os direitos da marca para a Apple em 2006. Mas a Proview chinesa entrou na Justiça contra a Apple afirmando que, por se tratar de uma subsidiária independente da sede, o acordo não incluía a China.

A empresa americana afirmava que o acerto era universal, mas aceitou pagar US$ 60 milhões para acabar com o processo judicial.


Endereço da página:

Links no texto: