Folha de S. Paulo


Falta de chuva eleva demanda do Brasil por gás da Bolívia em 59%

A falta de chuva forçou o Brasil a aumentar em 59% as suas compras de gás natural da Bolívia em janeiro em comparação com o mesmo mês em 2012, informou terça-feira a petrolífera boliviana estatal YPFB.

O envio de gás para o mercado brasileiro, principalmente para a região industrial de São Paulo, saltou para uma média de 31,60 milhões de metros cúbicos por dia (mmcd), o máximo previsto no contrato vigente, ante os 19,87 mmcd de um ano antes.

"O Brasil está exigindo o volume máximo do contrato devido à demanda de geração térmica, já que tem baixos volumes de água em suas reservas. Não choveu no país vizinho e seus reservatórios estão baixos", disse o diretor nacional de gás natural da YPFB, Jorge Sosa.

A YPFB, proprietária de todo o gás que é explorado na Bolívia, não teve dificuldade em atender à demanda brasileira extraordinária, disse o funcionário citado em um relatório da empresa, sem revelar o valor do combustível entregue em janeiro para o Brasil.

Somando o bombeamento médio de 12,27 mmcd para a Argentina e o consumo interno de 8,45 mmcd, a comercialização de gás natural em janeiro da YPFB atingiu 52,32 mmcd.

A empresa havia planejado que o envio de gás para o Brasil neste ano chegaria a uma média de 28,0 mmcd, contra os 27,93 mmcd de 2012, enquanto o previa vender para a Argentina uma média de 13,5 mmcd, em comparação a 12,4 mmcd de 2012.

As exportações de gás para Brasil e Argentina em 2012 atingiram um valor de US$ 5,428 bilhões, quase metade das vendas totais da pequena economia da Bolívia.


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