O dia é negativo na Bolsa de Valores de São Paulo, com os investidores repercutindo o reajuste dos preços dos combustíveis, anunciado pela Petrobras ontem. Às 13h13 as ações preferenciais (sem direito a voto) da estatal do petróleo --que possuem elevado peso no Ibovespa-- registravam queda de 4,50%, enquanto o índice de ações mostrava baixa de 1,23%.
Segundo especialistas, o valor do reajuste (6,6% para a gasolina e 5,4% para o diesel) é insuficiente, já que, com os novos valores, a estatal do petróleo não conseguiu zerar a diferença de preços entre o mercado interno e o mercado externo.
O cenário econômico também contribui para o mau humor na Bolsa. O PIB (Produto Interno Bruto) dos Estados Unidos teve contração de 0,1% no quarto trimestre do ano passado em relação ao mesmo período do ano passado --pior desempenho desde o segundo trimestre de 2009. O número está abaixo das expectativas dos analistas, que esperavam uma alta de 1,1%.
Já o PIB da Espanha teve nova contração em 2012, fechando em 1,37%, segundo dados do Instituto Nacional de Estatísticas. A queda, no entanto, é menor que o 1,5% previsto pelo governo.
INDICADORES PESAM
Aqui no Brasil, os investidores seguem de olho em dados do mercado de trabalho, os quais transmitem uma ideia de como anda a economia. De acordo com números da PED (Pesquisa de Emprego e Desemprego) do Seade/Dieese (Departamento Intersinducal e Estatística e Estudos Socioeconômicos), a taxa de desemprego em sete regiões metropolitanas do país caiu de 10% em novembro para 9,8% em dezembro do ano passado, enquanto o nível de ocupação em dezembro subiu 0,2% em relação a novembro.
Também no radar do mercado, o superavit primário --a economia feita por governo federal, Estados e municípios para o pagamento de juros da dívida-- atingiu R$ 105 bilhões em 2012. O resultado equivale a 2,38% do PIB, abaixo, portanto, da meta fiscal estipulada para o ano de R$ 139,8 bilhões ou 3,1% do PIB.