Você vai achar que é chatice de jornalista, e é, mas é preciso deixar claro de princípio: este livro não é uma biografia de Renato Aragão escrita pelo crítico de cinema Rodrigo Fonseca. É um depoimento do humorista.
Qual é a diferença? Para começar, uma biografia não deve trazer o ponto de vista do biografado, mas, sim, diversos. Deve ouvir dezenas, apurar o que houve e destilar a versão mais próxima possível da realidade. Muitas vezes, uma versão que desagrada o biografado (se vivo) e sua família.
Não há nada disso em "Renato Aragão: Do Ceará para o Coração do Brasil". A obra não chega a escondê-lo. No início, Aragão escreve: "Esta é uma parte das minhas recordações. Bem-vindo à minha história".
Mas seria mais justo o livro ser vendido como autobiografia (com texto de Rodrigo Fonseca), ou livro-depoimento, já na capa. Acontece que houve outros entrevistados, mas apenas para falar bem do biografado.
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Outro ponto, espera-se que uma biografia traga uma montanha de dados, que seja uma obra de referência.
Também não há isso. Ficamos sabendo eventualmente da bilheteria de um filme aqui, outro ali, quando esse dado interessa à história que está sendo contada.
Se você busca informações mais completas, sua fonte não vai ser essa.
Chatice de repórter à parte, estando você devidamente informado dessa característica não jornalística, o livro traz uma sucessão de histórias divertidas, curiosas, interessantes e rápidas.
RENATO ARAGÃO: DO CEARÁ PARA O CORAÇÃO DO BRASIL 
QUANTO: R$ 49,90 (304 PÁGS) E R$ 29,90 (E-BOOK)
AUTOR: RODRIGO FONSECA
EDITORA: ESTAÇÃO BRASIL