UMA RAZÃO PARA VIVER (regular)
DIREÇÃO Andy Serkis
ELENCO Andrew Garfield, Claire Foy, Hugh Bonneville, Tom Hollander
PRODUÇÃO Reino Unido, 2017, 12 anos
QUANDO estreia nesta quinta (16)
Veja salas e horários de exibição
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Em sua estreia como diretor, Andy Serkis –conhecido por papéis em "Star Wars: O Despertar da Força" e "O Senhor dos Anéis"– conta uma história real: a luta corajosa do inglês Robin Cavendish contra uma doença incurável, a poliomielite.
Nos anos 1950, Cavendish (Andrew Garfield) vive intensamente a juventude, sem muitas preocupações, jogando críquete e tênis. Apaixona-se por Diana (Claire Foy) e, casados, vão viver na África, onde ele faz comércio com chá.
Pouco depois que Diana anuncia sua gravidez, esse conto de fadas sofre um choque: o marido contrai pólio e, paralisado do pescoço para baixo, fica preso a uma cama e a um aparelho respirador.
Desafiando o vaticínio dos médicos de que o doente não sobreviveria durante muito tempo, Cavendish decide sair do hospital e voltar para casa, para ver o filho crescer.
Graças à ajuda de um amigo, o professor universitário e inventor Teddy Hall (Hugh Bonneville), Cavendish pode contar com uma cadeira de rodas inovadora, dotada de um respirador a bateria, que lhe permite até mesmo viajar, algo até então impensável para um doente de pólio.
Anos depois, ele se engaja em ajudar outros doentes a conquistar o direito de disporem de equipamento semelhante e assim poderem viver longe do hospital.
O filme é uma justa homenagem a Cavendish e sua luta –o produtor é seu filho Jonathan, um homem da indústria do cinema–, mas o filme não vai muito além de suscitar e manter a compaixão do espectador. A narrativa privilegia os bons momentos, os instantes vitoriosos, de amor conjugal, felicidade familiar e camaradagem entre Cavendish e os amigos.
As dificuldades são quase todas escamoteadas. Os problemas financeiros, que surgem com a doença, desaparecem inexplicavelmente.
Os personagens principais não são objeto de caracterização mais profunda, o que tampouco ajuda a mostrar as tensões e problemas que uma doença tão devastadora inevitavelmente provoca na família.
O que interessa é o lado edificante dessa história de superação –até hoje ele é o doente de pólio que mais tempo sobreviveu, 36 anos.
Apenas na parte final, que aborda o desejo de Cavendish de morrer com dignidade, Serkis deixa o sentimentalismo de lado e estabelece certa densidade dramática –construída por breves diálogos, silêncios e olhares.
Assista ao trailer de 'Uma Razão Para Viver'
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