Folha de S. Paulo


Com 'Liga da Justiça', Hollywood quer reverter fiascos de bilheteria em 2017

Você já viu este filme e sabe como termina: Os super-heróis salvam o dia no final. Fora das telas, caberá a eles também salvar o ano de 2017.

Após viver seu pior verão em mais de uma década, Hollywood volta seus olhos mais uma vez para bandos de sujeitos fantasiados a fim de fechar as contas no verde.

Único filme de super-herói que ainda resta no calendário, "Liga da Justiça" estreia nesta quinta (16) com a tarefa de compensar o fracasso de títulos como "Valerian", "Rei Arthur", "Alien: Covenant" e "A Múmia", que afundaram as finanças de estúdios.

Super-heróis costumam ser tiro certo: neste ano, 5 dos 10 filmes mais vistos são protagonizados por entes do tipo. "Liga da Justiça" é a alternativa da DC Comics para o "filme de time", que foi consagrado no cinema pela concorrente Marvel com "Vingadores".

O mote narrativo é a habitual ameaça à vida na Terra, mera desculpa para reunir em um filme Batman, Superman, Flash, Cyborg e Mulher-Maravilha, protagonista de longa que rendeu R$ 2,7 bilhões.

Na rivalidade das editoras de quadrinhos Marvel-DC, a primeira tem levado a melhor no quesito crítica. É também a que soube segmentar o gênero: "Thor: Ragnarok", em cartaz desde outubro, descamba para a comédia; "Doutor Estranho" (2016) envereda pelo misticismo, e assim vai.

Já a DC, que ainda tateia o terreno para encaixar suas histórias, amarga bombas como "Esquadrão Suicida" e "Batman vs Superman", este do mesmo Zack Snyder.

Ambos desagradaram três quartos dos críticos, segundo o site especializado Rotten Tomatoes. Ainda assim, o primeiro rendeu R$ 2,9 bilhões e o segundo, R$ 2,5 bilhões.

Lançado em junho, "Mulher-Maravilha" recuperou alguma dignidade da DC. Tornou-se o segundo filme mais visto do ano, atrás apenas de "A Bela e a Fera", e agradou com um aceno ao feminismo.

A heroína de maiô de aço retornará em "Mulher-Maravilha 2" (2019), "Liga da Justiça Parte 2" (2019) e "Flashpoint" (2020) -datas previstas.

Para o ano que vem estão previstos lançamentos de dez novos filmes de super-herói: mais "Vingadores", mais um "Deadpool", mais um "Homem-Formiga", entre outros.

DOIS BOICOTES

Hollywood também tem outras cartas na manga para salvar 2017. É o caso de "Viva: a Vida É uma Festa", animação da Pixar, e, especialmente, de "Star Wars", segundo volume da nova trilogia espacial.

Com estreia prevista para 14/12, a nova aventura dos cavaleiros Jedi já enfrenta problemas com veículos de imprensa e salas de cinema.

A Disney, que comprou a franquia criada por George Lucas por R$ 13 bilhões (em valores atuais), proibiu que críticos do "Los Angeles Times" vissem o novo filme em sessões prévias. A medida foi em retaliação a uma reportagem crítica sobre a construção do primeiro parque temático da empresa, em 1955.

Jornais como "New York Times" e "Washington Post" apoiaram o jornal californiano em um boicote ao novo filme, e o estúdio recapitulou.

A saga enfrenta também outra polêmica com redes de exibição nos Estados Unidos.

A Disney estipulou que o cinema que quiser lançar "Star Wars" terá de reservar ao filme a maior sala do complexo por quatro semanas. Terá também de repassar uma fatia da bilheteria maior que a média, entre outras cláusulas que desagradaram os exibidores.

Redes menores ensaiam um eventual boicote ao longa da Disney, que, vale lembrar, também é dona da Marvel e de seu catálogo de fantasiados.


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