Folha de S. Paulo


CPI ouve envolvidos no caso do MAM e ameaça condução coercitiva de artista

Após receber denúncias de incitação à pedofilia e violações ao ECA, a CPI dos Maus-Tratos realizou uma oitiva, nesta terça (24), sobre a interação de uma criança com um coreógrafo nu durante uma apresentação da performance de "La Bête" no MAM, em setembro.

Segundo o presidente da CPI, Magno Malta (PR-ES), Luiz Camillo Osório, curador da exposição 35º Panorama da Arte Brasileira, e o coreógrafo, Wagner Schwartz, serão levados para depor na próxima sessão da CPI, ainda sem data definida.

Alvo de críticas por permitir que a filha interagisse com o coreógrafo, a mãe da menina foi à sessão, mas preferiu ficar em silêncio.

Já Felipe Chaimovich, curador do MAM-SP, se defendeu das acusações de responsabilidade por não ter impedido a entrada da criança ao museu.

"Entendo que naquela performance não havia nenhum conteúdo erótico", disse.

Magno Malta afirmou que aquilo que o curador considera "arte, eu considero artimanha."

Em entrevista à Folha, o senador afirmou que a conclusão da CPI pode "fazer com que eles [curadores, coreógrafo e mãe] sejam indiciados" pelo relator, José Medeiros (PSD-MT).

"Aquilo tem caráter de violência emocional e psíquica contra a criança", afirma o senador.

Durante a sessão, ele afirmou ainda que a exposição "Queermuseu" —fechada em Porto Alegre— tinha caráter "cristofóbico" ao, por exemplo, retratar Jesus Cristo de forma satirizada.

"Sou rotulado como reacionário porque defendo a vida e sou contra o aborto", disse.

O relator José Medeiros afirmou que a CPI não visa apenas investigar o caso do MAM: "é para que possamos dizer se precisamos melhorar a lei de classificação indicativa".


Endereço da página:

Links no texto: