Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Terror 'A Morte Te Dá Parabéns' supera caricaturas do gênero

Divulgação
A atriz Jessica Rothe em cena do filme de terror 'A Morte te Dá Parabéns
A atriz Jessica Rothe em cena do filme de terror 'A Morte te Dá Parabéns'

A MORTE TE DÁ PARABÉNS (muito bom)
(HAPPY DEATH DAY)
DIREÇÃO Christopher Landon
ELENCO Jessica Rothe, Israel Broussard, Ruth Modine
PRODUÇÃO EUA, 2017; 14 anos
QUANDO estreia nesta quinta (12)
Veja salas e horários de exibição

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Depois de uma recente safra de filmes de terror bem ruins, "A Morte Te Dá Parabéns" é uma das surpresas do ano. Divertido, inteligente, com um final surpresa e uma boa atriz para conduzir a trama. Muito mais do que se esperava do filme que trouxe o Dia da Marmota para o cinema de horror.

Pouca gente não conhece "Feitiço do Tempo", filme de 1993 no qual Bill Murray é um repórter de TV que vai cobrir a festa do folclórico Dia da Marmota numa cidadezinha e fica preso ao lugar. Ele sempre acorda na mesma manhã, repetindo inúmeras vezes o mesmo dia, sem entender porque está condenado a reviver para sempre essas 24 horas.

"A Morte Te Dá Parabéns" assume a inspiração na comédia dos anos 1990. Há até uma brincadeira metalinguística envolvendo o original. Mas as boas sacadas do emergente diretor Christopher Landon extrapolam qualquer imitação.

Ele tem ajuda da atriz Jessica Rothe, coadjuvante em "La La Land". Ela vai muito além das loirinhas habituais dos filmes B de terror. Demonstra talento no papel de Tree, a universitária que irá repetir muitas vezes o mesmo dia.

Resumindo: Tree acorda na manhã de seu aniversário em um quarto no dormitório da faculdade. Bêbada, acabou de passar a noite com um garoto tímido e sem atrativos, algo terrível para ela, que faz parte do grupo das garotas poderosas da escola. Depois de um dia de futilidades, Tree é assassinada naquela noite por um sujeito mascarado.

Então ela desperta novamente no quarto de Carter, com o garoto falando as mesmas coisas. Tudo se repete durante o dia, e Tree resolve mudar seu roteiro noturno para fugir de seu assassino. Não dá certo. O homem que usa uma máscara de bebê (figura que é mascote do time da faculdade) torna a encontrá-la e mais uma vez a mata.

Tree vai repetindo seu dia de aniversário sem parar. Primeiro, fica mais enlouquecida a cada despertar. Depois, entende que só conseguirá se livrar dessa maldição se descobrir quem é o homem disposto a tirar sua vida.

Os desdobramentos são bem elaborados nessa história que consegue sustentar seu absurdo mágico sem ofender a inteligência do espectador. Pelo contrário. Conquista a plateia.


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