Folha de S. Paulo


Cineastas Laurent Cantet e Paul Vecchiali virão para Mostra de SP

Alberto PIZZOLI/AFP
 O diretor Laurent Cantet no Festival de Cannes
O diretor Laurent Cantet no Festival de Cannes

O diretor Laurent Cantet, de "Entre os Muros da Escola" e "Retorno a Ítaca, é um dos convidados da 41ª Mostra Internacional de Cinema de São Paulo, que acontecerá entre os dias 19 de outubro a 1º de novembro, com exibições em diversos pontos da cidade. O anúncio foi feito neste sábado (7) durante entrevista coletiva com os organizadores da exposição.

Ele estará presente justamente no último dia do evento, quando seu filme "L'Atelier", que estreou no festival de Cannes deste ano, encerra a programação.

Outra presença confirmada é a do artista chinês Ai Weiwei, que volta a São Paulo, no dia 18 de outubro, no Auditório Ibirapuera para a abertura do evento. Ele vai apresentar as sessões de seu filme "Human Flow - Não Existe Lar Se Não Há Para Onde Ir", sobre refugiados.

Uma das vozes mais críticas ao governo chinês, Weiwei esteve em São Paulo, em agosto para conhecer a Oca, que vai abrigar sua exposição.

A 41ª Mostra ainda homenageia o diretor Paul Vecchiali, que também deverá vir a São Paulo e receberá o prêmio Leon Cakoff.

"Quando ficamos sabendo que ele estava disposto a vir, fomos atrás da retrospectiva de filmes. Não foi fácil, porque ele tem uma produtora própria, e alguns filmes tivemos que ir caçando", disse Renata de Almeida, organizadora da Mostra.

O evento neste ano terá 394 títulos em exibição, 94 a mais do que o previsto inicialmente pela organização. "Podemos dizer que foi um descontrole, mas foi um descontrole bom", afirmou Almeida, de forma bem humorada.

"Quando soubemos que os filmes de Agnès Varda [que será homenageada com o prêmio Humanidade] estavam restaurados e prontos, como resistir e não trazê-los para a Mostra?", questiona a organizadora.

Serão exibidos na Mostra 11 longas de Varda, incluindo "Faces Places", realizado em codireção com o fotógrafo e muralista JR.

Vencedor da Palma de Ouro de melhor filme no Festival de Cannes, "The Square", de Ruben Östlund, integra a programação, assim como;" 24 Frames", último longa de Abbas Kiarostami (1940-2016), "O Outro Lado da Esperança", de Aki Kaurismaki e "Loveless", de Andrey Zvyagintsev.

Outro destaque é um projeto de ficção de Walter Salles, o primeiro gravado em Mariana (MG) após o rompimento da represa, há dois anos.

A Mostra também exibirá um filme inédito do diretor Jean-Luc Goddard, feito para TV. O longa faz parte de uma série de obras suíças, que também incluem sete títulos de Alain Tanner.

POLÊMICAS

Durante a entrevista deste sábado, as polêmicas do Queermuseu, que teve sua exposição cancelada no Rio Grande do Sul após ser acusado de incentivar a pedofilia, e do MAM, em São Paulo, criticado após um ator nu interagir com espectadores de uma peça, incluindo uma criança, foram lembradas.

Sem dizer a quais episódios se referia, Claudiney Ferreira, gestor de audiovisual e cultura do Itaú, um dos patrocinadores da Mostra, afirmou que se vive "em uma época de criminalização artística por parte de grupos que não tem projetos culturais."

As polêmicas voltaram à entrevista quando a organização da Mostra disse que vai exibir o longa "O Homem Nu", de Roberto Santos, no vão livre do Masp.

Completam a programação das exibições no Masp títulos em homenagem ao ator Paulo José, que também receberá o prêmio Leon Cakoff, e a Leon Hirszman. "O Homem Mosca", de Fred C. Newmeyer e Sam Taylor, será projetado na área externa do auditório do Ibirapuera, com acompanhamento da Orquestra Jazz Sinfônica.

Outra novidade deste ano são curtas-metragens exibidos em realidade virtual.

Nesta edição, o Prêmio Petrobras de Cinema vai apoiar a distribuição de dois longas brasileiros, com R$ 100 mil para o melhor documentário e R$ 200 mil para a melhor ficção. E, em parceria com a Folha e com o Itaú Cultural, a Mostra realiza o primeiro Fórum Folha-Mostra, que promoverá debates sobre o cinema.


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