Folha de S. Paulo


Novo espetáculo do Cirque du Soleil une Shakespeare e feminismo

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"Amaluna" marca o retorno do Cirque du Soleil ao Brasil após quatro anos, quando a companhia apresentou por aqui "Corteo".

O espetáculo, que já passou por dez países, estreou em 2012. Naquela época, a companhia, famosa por gastos e bilheterias milionários, passava por uma crise de faturamento.

O momento crítico foi enfrentado com soluções de mercado: diversificação de produtos, como produção de eventos e fornecimento de ingressos para uma administradora de arenas, e venda de participação na empresa para um fundo de investimentos privado.

Mas a criação artística também se envolveu na recuperação do prestígio e dos lucros da empresa.

Buscar um tema que falasse mais ao público de seu tempo parece ter sido um norte para os criadores do espetáculo, divulgado como "um tributo ao trabalho e à voz das mulheres".

A maioria do elenco é formada por mulheres, incluindo a banda feminina de rock. O título é uma fusão das palavras "Ama", referência à mãe em várias línguas, e "Luna", a lua, um dos símbolos da feminilidade.

A estrutura do espetáculo é bastante narrativa, com uma história quase linear amarrando os rodopios aéreos e saltos mortais.

O enredo é livremente inspirado na peça "A Tempestade", de William Shakespeare. No texto original, do século 17, a trama se desenrola em uma ilha onde vivem Próspero, duque de Milão, e sua filha, Miranda.

Na versão do circo, a ilha é governada por Próspera e por um séquito de deusas que acompanham a jornada de Miranda na busca do verdadeiro amor, Romeo, nome de um personagem de outra peça de Shakespeare. Em "A Tempestade", o par romântico de Miranda é Ferdinando, filho do rei de Napóles.

As referências se misturam como em um desfile de escola de samba, em que acontecimentos históricos, por exemplo, servem mais de pretexto para a decoração dos carros alegóricos e para a exuberância das fantasias.

Em "Amaluna", cenários, figurinos e luzes são mesmo exuberantes, mas o grande pretexto da narrativa é conduzir os famosos números acrobáticos entremeados pelos palhaços de classe luxo do Cirque du Soleil.

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AMALUNA
QUANDO de 5/10 a 17/12 (São Paulo) e 28/12 a 21/1/2018 (Rio)
ONDE Parque Villa Lobos, av. Professor Fonseca Rodrigues, 2001 (SP) e Parque Olímpico (av. Embaixador Abelardo Bueno, s/n (Rio)
QUANTO de R$ 250 a R$ 450
CLASSIFICAÇÃO livre


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