Folha de S. Paulo


Em livro, jornalista Jeannette Walls revela infância conturbada

Justin T. Gellerson/The New York Times
A jornalista Jeannette Walls, autora de 'O Castelo de Vidro
A jornalista Jeannette Walls, autora de 'O Castelo de Vidro'

A jornalista americana Jeannette Walls já era conhecida como colunista social da "New York Magazine" quando revelou em "O Castelo de Vidro", livro de 2005, suas memórias da infância difícil em família disfuncional.

A história digna de heroína de fábula vendeu mais de 2,7 milhões de cópias, foi traduzida em 30 idiomas e adaptada para os cinemas (em filme homônimo, em cartaz). E chega às bancas no próximo domingo (24) como o sétimo volume da Coleção Folha Mulheres na Literatura.

Em vez de um sapato de cristal, como em "Cinderela", as crianças Jeanette, Lori, Brian e Maureen sonham com a promessa do pai alcoólatra, Rex, de construir um castelo de vidro para a família e, assim, terem finalmente um lar.

A mãe, Rose Mary, passa a maior parte do tempo a criar arte e deixar os filhos aprenderem pelos próprios erros e sofrimentos, inclusive quando aos três anos Jeanette queima todo o lado direito do corpo ao cozinhar salsichas para o próprio almoço.

Os dois pais, sem aptidão para questões práticas da vida e com um modo particular de vivenciar o mundo, criaram uma vida familiar longe do convencional, com muitas mudanças repentinas pelo interior dos Estados Unidos, sem saneamento básico e com caça a restos de comida. Ao mesmo tempo, encorajavam os filhos a encararem as experiências com criatividade.

Sem romantizar o passado ou julgar e analisar o comportamento dos próprios pais, Walls narra a sua história com aceitação e sensibilidade.

Jeannette Walls - O Castelo de Vidro (Vol. 07)
Jeannette Walls
l
Comprar

Ao retratar as condições e as adversidades extremas que ela e os irmãos encararam na infância, a autora também constrói as suas memórias da jornada que fez com que ela, Lori, Brian e Maureen recriassem um novo futuro para eles mesmos.

"O valor mais evidente de uma obra pode ser como ela cria empatia a partir da autenticidade de uma experiência", destaca Manuel da Costa Pinto, crítico da Folha e curador da série. A partir da sua experiência individual, Walls tornou a obra acessível e tornou-se símbolo de superação para muitas pessoas.


Endereço da página:

Links no texto: