Folha de S. Paulo


Pato Fu volta a brincar de tocar em disco musicado com objetos infantis

Dudi Polonis/Divulgação
BRASILIA, DF, BRASIL, 29/03/2016, A FIESP (Federação das Indústrias do Estado de São Paulo) colocou na manhã desta terça-feira, 29, em frente ao Congresso Nacional em Brasília, 5 mil patos infláveis, em protesto contra o Governo da presidente Dilma Rousseff. A campanha Não Vou Pagar o Pato pede o Impeachment da presidente Dilma. (Foto: Renato Costa/Folhapress, PODER)
Richard Neves, John Ulhoa, Fernanda Takai, Ricardo Koctus e Glauco Mendes, do Pato Fu

Como diz a vocalista do Pato Fu, Fernanda Takai, o disco "Música de Brinquedo", lançado em 2010, cumpriu um surpreendente ciclo de sete anos. Após manter tanto tempo os shows desse projeto, em que se propôs a tocar sucessos de outros artistas usando só brinquedos que simulam instrumentos, a banda mineira renova o repertório com a continuação do álbum.

"Música de Brinquedo 2" traz mais 11 faixas que, na maioria, resgatam canções manjadas para quem, como os integrantes do Pato Fu, cresceu nos anos 1980.

"É a década que concentra as maiores influências da gente. Antes de ser atraente para as crianças ou se prestar a uma boa execução com os brinquedos, cada música tem que ser importante para nós", diz Fernanda à Folha.

O repertório novo mistura canções nacionais e três faixas de artistas estrangeiros: "Livin' la Vida Loca", do porto-riquenho Rick Martin, "Datemi un Martello", da italiana Rita Pavone, e "Every Breath You Take", do trio inglês The Police.

Ouça trecho do disco

Quanto a esta última, Fernanda rebate uma possível estranheza que uma música sobre ciúme possa provocar. "É uma canção pop perfeita. E pode ter um outro sentido. Isso que a letra diz, de estar sempre onde a pessoa estiver, de seguir seus passos, também pode se referir ao amor da mãe pelos filhos, esse amor incondicional. Acho ótimo quando as letras podem ter mais de um entendimento."

À formação do trio –com Fernanda, o guitarrista John Ulhoa e o baixista Ricardo Koctus– juntam-se o tecladista Richard Neves e o baterista Glauco Mendes.

Mas, para "Música de Brinquedo", essas atribuições não querem dizer nada. Eles se revezam nos brinquedos, que podem ser industrializados ou feitos de forma artesanal, todos comprados em lojas de brinquedos.

A cantora admite que, com a experiência de sete anos utilizando esse "arsenal", a compreensão do que eles conseguem fazer aumentou. "Você precisa decifrar alguns deles, que muitas vezes não seguem a escala correta dos sons, as notas não estão onde deveriam estar."

Algumas das canções têm coros pegajosos, fáceis de cantarolar, como "Palco", de Gilberto Gil, ou "Rock da Cachorra", de Eduardo Dusek. São músicas para cima, que fazem a garotada pular. "Severina Xique-Xique", de Genival Lacerda, tem o apelo de personagens com nomes que parecem saídos de uma história infantil, como Pedro Caroço e Zé Fagamela.

Como nos últimos anos, as apresentações de "Música de Brinquedo 2", com concepção visual para agradar o público infantil, seguirão uma agenda dividida com o show "titular", o pop rock cativante do Pato Fu.

Uma regra do projeto é tocar nos shows tudo ao vivo. O quinteto distribui os brinquedos entre os integrantes e quebra a cabeça para reproduzir no palco o que inventa no estúdio. O público paulistano poderá conferir no Dia da Criança, 12 de outubro, quando começa a turnê do disco no Sesc 24 de Maio.

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MÚSICA DE BRINQUEDO 2
ARTISTA Pato Fu
DISTRIBUIÇÃO Deck, já nas plataformas digitais


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