Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Com trama rala, filme 'Emoji' não faz sentido para ninguém

Divulgação
Cena da animação 'Emoji - O Filme'
Cena da animação 'Emoji - O Filme'

EMOJI - O FILME (ruim)
DIREÇÃO Tony Leondis
PRODUÇÃO EUA, 2017, livre
QUANDO estreia nesta quinta (31)
Veja salas e horários de exibição

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Acredite se quiser: as carinhas do seu smartphone foram promovidas a estrelas de um longa de intermináveis 86 minutos de duração.

Considerando que pecinhas de montar e até enlatados já viraram tema de animação, a ideia nem soa tão estapafúrdia assim.

Porém, ao contrário da carismática franquia "Lego" e do subversivo "Festa da Salsicha" (2016), "Emoji - O Filme" não explica a que veio.

A obra conta a história de uma carinha com crise de identidade que não consegue representar a emoção que lhe foi designada.

No mundo de Textopolis –o aplicativo de mensagens de texto do celular de um adolescente–, cada emoji tem sua função e vive sob a expectativa de ser escolhido pelos dedos de Alex.

Protagonista da narrativa, o simpático Gene nasceu para ser blasé e ilustrar a indiferença. Mas, devido a uma falha, ele mistura as expressões de todos os outros emojis, provocando um bug geral na central de controle da cidade.

O erro desperta a fúria de Sorrisete (irritante líder das figurinhas), que inicia uma caçada para deletar a carinha.

Daí em diante, acompanhado do Bate Aqui e de Rebelde, uma princesa hacker, Gene se aventura pela tela de fundo do smartphone de Alex e por seus principais aplicativos.

É um pretexto para a inserção nada sutil de marcas como Facebook, Candy Crush, Instagram, Spotify, Dropbox, Youtube. A publicidade descarada, entretanto, é só mais um dos defeitos do longa.

A trama rasa e insossa não convence. As tentativas de cutucar o uso excessivo dos celulares e o universo narcísico das redes sociais também não funcionam. Tudo fica na superfície: dos dramas do herói às mensagens sobre a importância de amigos reais e de aceitar a si próprio.

Aos "grandinhos" estão reservadas algumas sacadas divertidas –como a aparição insistente de um spam de promoções e o submundo dos programas piratas–, mas é pouco para empolgar.

Quanto às crianças pequenas, o visual hipercolorido e tecnicamente bem elaborado da animação se encarrega de atraí-las. Por outro lado, as inúmeras referências ao ambiente digital que temperam a história não farão o menor sentido para elas.

No fim das contas, "Emoji - O Filme" não explica nem a que e nem a quem veio.

Assista ao trailer dublado de 'Emoji'

Assista ao trailer dublado de 'Emoji'


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