Folha de S. Paulo


CRÍTICA

Visual deslumbrante se perde em aventura pueril de Luc Besson

VALERIAN E A CIDADE DOS MIL PLANETAS (regular)
(Valerian and the City of a Thousand Planets)
DIREÇÃO Luc Besson
ELENCO Dane DeHaan, Cara Delevingne, Clive Owen, Rihanna
PRODUÇÃO França, 2017, 12 anos
QUANDO estreia nesta quinta (10)
Veja salas e horários de exibição

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Maior produção da história do cinema europeu, o francês "Valerian e a Cidade dos Mil Planetas" fracassou nas bilheterias americanas. Foram US$ 36 milhões arrecadados frente aos quase US$ 180 milhões do custo da ficção que, por sorte (dos franceses), tem dinheiro chinês.

A crítica americana veio junto e massacrou o filme. Não tiveram com a fantasia deslumbrante de Luc Besson a mesma complacência que demonstraram com "Avatar" (2009), sucesso de público e indicado a vários Oscar.

"Avatar", de James Cameron, é apenas uma de várias ficções de que o espectador se lembrará durante "Valerian".

Após uma abertura ao som de "Space Oddity", de David Bowie, a ação é transportada para o século 28, no paradisíaco e "praiano" planeta Muhl, habitado por criaturas longilíneas e azuladas que poderiam ser primos dos "avatares".

Como efeito colateral de uma guerra nas estrelas, o planeta é destruído. Há tempo para alguns escaparem e um deles mandar uma mensagem sensorial para Valerian (Dane DeHaan), um policial espacial convencido que vive tentando seduzir a parceira, Laureline (Cara Delevingne).

A dupla sai em uma missão que passa por mercados planetários e encontra criaturas para todos os gostos... incluindo Rihanna.

"O Quinto Elemento", do mesmo Besson, "Blade Runner" e "Star Wars" também serão lembrados no meio do caminho. Mas o curioso é que "Valerian", sim, é que seria o copiado. O filme se baseia na HQ lançada em 1967 pela dupla Pierre Christin e Jean-Claude Mézières.

Apesar de ter o material original em mãos, Besson criou um roteiro quase ingênuo, com diálogos pueris, como na fala "só o amor pode parar a guerra". Se sobram cenas de visual espetaculoso, falta carisma ao personagem principal, DeHaan, de "A Cura" –Delevingne, surpreendentemente, se sai melhor– e um vilão de mais envergadura. Aparência é fundamental na ficção atual, mas não é tudo.


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