Folha de S. Paulo


Clarice Falcão canta, dança e representa em especial humorístico

Divulgação/Divulgação
Clarice Falcão no show da Netflix 'Especial de Ano Todo'
Clarice Falcão no show da Netflix 'Especial de Ano Todo'

Após contratar e gravar shows de humor de Marco Luque ("Tamo Junto") e do youtuber Felipe Neto ("Minha Vida Não Faz Sentido") especialmente para o seu catálogo, a Netflix encomendou algo nos mesmos moldes a Clarice Falcão: uma apresentação cômica ao vivo.

A artista, que além de atriz e humorista é roteirista e cantora, reuniu suas habilidades no "Especial de Ano Todo", disponível no serviço de streaming desde sexta (4).

"Não tenho a menor ideia do que seja", brinca, durante entrevista à Folha, tentando definir o projeto. O enredo é metalinguístico: "Fiz um especial sobre Clarice Falcão fazendo um especial", define.

No enredo, a Clarice "personagem" tenta executar no palco um especial televisivo de fim de ano nos moldes tradicionais, mas o evento não sai como planejado.

A narrativa, diz a humorista, "bebe do falso documentário": "O limite entre a Clarice pessoa e a personagem é tênue, mas não sou eu, é tudo pensado e escrito. É como um improviso planejado."

Músicas entram em 12 momentos, um para cada mês do ano. O conceito geral é de Clarice, que divide os créditos das composições com parceiros convidados.

A artista já lançou dois discos, "Monomania" e "Problema Meu", mas nenhuma canção dos álbuns está no especial; tudo foi criado especialmente para o show.

Apesar de o formato ser ideal para uma turnê (Luque e Neto viajaram com suas apresentações antes e depois de aparecerem na Netflix), o conteúdo de Clarice é impeditivo. O espetáculo foi inteiramente desenvolvido para o público consumidor da plataforma –há piadas com algumas séries originais, como "Narcos", por exemplo.

Filha da escritora e roteirista Adriana Falcão e do diretor de cinema e teatro João Falcão, Clarice diz que eles a ensinaram a contar histórias e que as diferentes referências são combustível de seus processos de criação.

"Aprendi com meus pais a sempre voltar para o básico. A cada nova mídia que surge, vem uma agonia de que algo vai morrer, mas as experiências são únicas; misturam-se, mas não se substituem."


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