Folha de S. Paulo


ANÁLISE

Chester Bennington ajudou a moldar o rock do início do século

Com um vocal gritado que despejava raiva e angústia, Chester Bennington ajudou o Linkin Park a moldar o rock do início deste século .

O vocalista foi encontrado morto na manhã desta quinta-feira (20), em Palos Verdes Estates, região de Los Angeles. Ele tinha 41 anos.

O Linkin Park não inventou o nu-metal, que une elementos do hard rock, do punk e do rap sob letras niilistas e desesperadas, mas foi a mais popular e prolífica representante do gênero. A banda de Chester Bennington aprendeu com Limp Bizkit e Korn e transformou o nu-metal em um fenômeno de massas.

Uma das principais qualidades do Linkin Park eram justamente os embates vocais entre Bennington e Mike Shinoda –este último foi um dos fundadores da banda californiana. Enquanto os outros músicos montavam a base a partir de guitarras, teclados e bateria, eram os dois que faziam com que o furor das letras ganhasse a dimensão exata.

Principalmente com os dois primeiros discos, "Hybrid Theory" (2000) e "Meteora" (2003), o Linkin Park tornou-se uma banda que sabia como traduzir em música sentimentos como desconforto e indignação, e fez a cabeça de milhões de adolescentes. Se as gerações anteriores preferiam o peso de nomes como Metallica, aqueles nascidos pós-1980 encontravam uma voz no Linkin Park.

O Brasil testemunhou o furacão Linkin Park ao vivo, no auge: em 2004, a banda fez um show para 80 mil fãs que se acotovelaram no estádio do Morumbi. A apresentação está entre as mais memoráveis da história do LP.

Com o sucesso, Bennington pôde se dedicar a outros projetos, como o grupo Dead by Sunrise, que ele criou em 2005 e fazia um rock mais tradicionalista.

E, por algum tempo, foi vocalista do Stone Temple Pilots, banda que foi uma das inspirações do Linkin Park.


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