Folha de S. Paulo


Temer fará ofensiva sobre Marta para que ela assuma Ministério da Cultura

Ueslei Marcelino/Reuters
Senator Marta Suplicy gestures during a meeting at Economic Affairs Committee (CAE) of the Brazilian Federal Senate in Brasilia, Brazil June 20, 2017. REUTERS/Ueslei Marcelino ORG XMIT: UMS10
Marta Suplicy em reunião da CAE (Comissão de Assuntos Econômicos), no Senado, na terça (20)

O presidente Michel Temer ainda não desistiu do nome da senadora Marta Suplicy (PMDB-SP) para o comando do Ministério da Cultura e fará uma ofensiva sobre ela na semana que vem, quando voltar ao Brasil de viagem à Noruega.

O peemedebista escalou ministros e assessores para retomarem o diálogo com a senadora, que em uma sondagem anterior demonstrou resistência em assumir o posto. Segundo relatos, ela considera que não valeria a pena voltar ao cargo para um período de no máximo um ano e meio de governo.

Caso ela continue resistindo, o presidente cogita inclusive se reunir pessoalmente com ela. A peemedebista assumiu o comando da pasta de 2012 a 2014, quando ainda estava filiada ao PT. A intenção do Palácio do Planalto é anunciar na semana que vem o novo ministro.

Para um aliado do presidente, além de agradar a classe artística e cultura, a nomeação de Marta serviria para contemplar a bancada de senadores do PMDB, rachada no apoio às reformas trabalhista e previdenciária. O nome da senadora tem o apoio dos presidentes da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e do Senado, Eunício Oliveira (PMDB-CE).

Se a senadora recusar mais uma vez, Temer trabalha com pelo menos três nomes: dos deputados federais Laura Carneiro (PMDB-RJ) e André Amaral (PMDB-PI) e do ator Jorge Coutinho, presidente presidente do Sindicato dos Artistas e Técnicos em Espetáculos e Diversões do Rio de Janeiro (Sated-RJ).

No início do mês, o então ministro interino João Batista Andrade pediu demissão. O presidente não tinha a intenção de efetivá-lo após nome indicado por ele para presidir a Ancine (Agência Nacional de Cinema) ter sido negado pelo Palácio do Planalto.

Filiado ao PPS, Andrade disse à Folha, na época, que a decisão se deveu ao corte de 43% do Orçamento do Ministério da Cultura, há dois meses, e aos desacordos quanto à nomeação do presidente da Ancine.


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