Folha de S. Paulo


Festival de documentários musicais exibe 59 filmes em 23 salas pela cidade

Divulgação
Nick Cave no filme 'One More Time With Feeling
Nick Cave no filme 'One More Time With Feeling'

Um, dois, três, quatro. Tão rápido quanto os Ramones gritavam essas palavras no início de cada canção-relâmpago, o punk nasceu há 41 anos, brilhou há 40 e faleceu logo em seguida, a despeito de seu eterno lema post mortem "punk is not dead" (o punk não está morto).

As quatro décadas do movimento das cabeças espetadas, com sua mostra 40 Anos de Punk, é o maior destaque da 9ª edição In-Edit - Festival Internacional do Documentário Musical, mas o punk está longe de ser o único gênero lembrado pelo evento.

A abertura para convidados nesta terça (13), às 21h, em São Paulo, traz a pré-estreia de filme sobre o metaleiro Sepultura.

O festival começa para o público na quarta (14) e segue até dia 25 com 59 filmes em 23 salas da cidade (CineSesc, Olido, Centro Cultural São Paulo, MIS, Cinemateca e Matilha, além de 17 do circuito Spcine).

"Chasing Trane: The John Coltrane Documentary" é outro grande destaque. Dirigido por John Scheinfield, de "Os EUA X John Lennon", o filme traz fotos e vídeos de arquivo de família e o ator Denzel Washtington interpretando a voz do saxofonista.

A mostra Panorama Mundial traz muita coisa boa: o último documentário de Jim Jarmusch, "Gimme Danger", cinebiografia de Iggy Pop e sua banda The Stooges; a história de Whitney Houston, terminada em uma banheira, em "Whitney: Can I Be Me?".

E o estranho e curioso filme produzido por Nick Cave, "One More Time With Feeling". O documentário capta a fase final da produção do disco "Skeleton Tree" (2016), durante a qual o filho de 15 anos de Cave morreu ao cair de um penhasco. Cave contratou Andrew Dominick para dirigir o filme e falar sobre o disco e o processo, em vez de dar entrevistas para a imprensa na ocasião do lançamento.

BRASIL

Outro movimento festejado pelo In-Edit é o tropicalismo de Caetano Veloso, Gilberto Gil e Os Mutantes, que ganha mostra dedicada, apresentações musicais e uma série de debates coordenados pelo jornalista Marcus Preto.

Já o Panorama Brasil apresenta filmes da safra recente e antiga da música nacional, trazendo curtas e longas que vão de biografias de Serguei à história do hip-hop no Rio de Janeiro. Viola, baião, guitarra elétrica, Os Cariocas, há filmes para todos os gostos.

Onze filmes discutem o e contam a história punk na mostra dedicada do In-Edit.

Em 1976, o mundo não viu, mas pequenas casas de shows tiveram as vigas abaladas com o surgimento de dezenas de bandas que se uniam por diversas características, a mais impressionante delas sendo: não sabiam tocar. Quando ouviu isso de um espectador em Londres, o cantor dos Sex Pistols, Johnny Rotten (Joãozinho Podre), respondeu: "E daí?".

Essa questão perpassa o inédito "Two Sevens Clash (Dread Meets Punk Rockers)" e "Punk: Attitude" (2005), ambos do DJ londrino Don Letts, responsável por aproximar o reggae do punk em bandas como The Clash.

Letts participa de debates com o público nos dias 15, 16 e 17, em conjunto com a a exibição de seus filmes.

Filme curioso deve ser "Hated: GG Allin & the Murder Junkies", de Todd Phillips, diretor da comédia "Se Beber Não Case". Aqui, a "comédia" é real. O G.G. Allin do título é o punk mais absurdo de todos os tempos. Atenção: inclui defecação no palco.

"Garotos do Subúrbio" (1983), o primeiro filme de Fernando Meirelles (1983), e "Botinada!" (2006), de Gastão Moreira, representam nossos punks brasileiros.

FILMES IMPERDÍVEIS

Hasing Trane: The John Coltrane Documentary (2016)

Two Sevens Clash (Dread Meets Punk Rockers) (2017)

Nick Cave: One More Time with Feeling (2016)

Whitney: Can I Be Me? (2016)

Doces Bárbaros (1976)

IN-EDIT
QUANDO de 14 a 25/6
ONDE CineSesc + 22 salas
QUANTO grátis e R$ 12 (CineSesc)
PROGRAMAÇÃO in-edit-brasil.com


Endereço da página:

Links no texto: