Folha de S. Paulo


Tributo ao universo roqueiro dos anos 1980, 'A Era do Rock' estreia em SP

Lenise Pinheiro/Folhapress
Atores Diego Montez e Thuany Parente durante ensaio de 'A Era do Rock' no teatro Porto Seguro
Atores Diego Montez e Thuany Parente durante ensaio de 'A Era do Rock' no teatro Porto Seguro

É um show de rock, mas também um musical. Assim a equipe de "A Era do Rock" define a montagem nacional de "Rock of Ages", que estreia neste fim de semana em São Paulo.

O espetáculo de Chris D'Arienzo e Ethan Popp é uma homenagem ao universo roqueiro na década de 1980. Teve sua produção original há 12 anos em Los Angeles.

A primeira montagem na Broadway aconteceu em 2009 e, há cinco anos, foi adaptada ao cinema, com Tom Cruise, Alec Baldwin e Catherine Zeta-Jones no elenco. A versão brasileira tem produção da 4Act, responsável por montagens nacionais de "Nas Alturas (In the Hights)" e "Fame".

A trama se passa numa famosa casa de shows da Los Angeles de 1987 e acompanha dois jovens aspirantes ao sucesso, Sherrie e Drew (interpretados por Thuany Parente e Diego Montez, que recentemente atuaram juntos em "Rent"). Enquanto não têm sua chance de estrelato, trabalham no bar do local.

Mas a casa de shows, além de passar por problemas financeiros, corre o risco de fechar as portas porque a prefeitura decidiu acabar com alguns empreendimentos "pouco familiares" da cidade.

A narrativa é costurada por canções de bandas como Whitesnake ("Here I Go Again"), Poison ("Every Rose Has Its Thorn") e Journey ("Don't Stop Believin").

As canções, diz o diretor Léo Rommano, têm uma função narrativa: as letras ajudam a contar a história.

"A gente ressignifica, dá um novo sentido a essas músicas", afirma Thuany Parente.

Quando a personagem da atriz chega do interior para tentar sucesso na cidade grande, por exemplo, ela canta os versos "Where you going/ What you looking for" (aonde você está indo/ o que você está procurando?) de "Sister Christian", do Night Ranger.

Mas, como se trata de um jukebox (musical que utiliza canções já existentes, em geral bastante conhecidas), decidiu-se não traduzir as músicas, que aqui serão cantadas em inglês para que não soem tão diferentes do original.

Para o ator Diego Montez, ainda que em outra língua, as músicas traduzem ao público os sentimentos das cenas.

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Os arranjos, diz o diretor musical Paulo Nogueira, buscam um equilíbrio entre a orquestração do teatro musical e a veia roqueira das canções.

"Quem ouvir vai reconhecer o som da banda. Inclusive o teclado que a gente utiliza tem exatamente os mesmos sons utilizados na época."

O aspecto "show" também se reflete na banda –que fica sobre o palco, vestida com figurinos roqueiros,– e na relação entre público e elenco.

Os atores por vezes falam diretamente com a plateia, em especial Gabriel Bellas, que interpreta o gerente da casa de shows, Lonny Barnett, personagem que funciona como narrador da trama.

Para traduzir o texto, o produtor e ator Ricardo Marques tentou tirar referências muito americanas e pincelou a dramaturgia com alusões a elementos da cultura brasileira.

Logo de início, quando Lonny anuncia o ano em que se passa a história, ele lembra: "É a época em que você queria ser paquita da Xuxa".

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A ERA DO ROCK

QUANDO sex., às 21h; sáb., às 17h e 21h; dom., às 18h; até 30/7
ONDE Teatro Porto Seguro, al. Barão de Piracicaba, 740, tel. (11) 3226.7300
QUANTO R$ 60 (balcão e frisas) a R$ 120 (plateia)
CLASSIFICAÇÃO 12 anos


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