AS AVENTURAS DE OZZY (REGULAR)
QUANDO: EM CARTAZ
PRODUÇÃO: ESPANHA/CANADÁ, 2016, LIVRE
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O nome sugere algo pouco original: "As Aventuras de Ozzy". De fato, conforme a trama se desenrola na tela, confirma-se a impressão de que este será apenas mais um filme infantil sobre um cachorrinho simpático em apuros.
Fiel escudeiro da família Martin, Ozzy vive se encrencando. Nada, porém, comparado ao que o espera quando seus donos, em viagem no Japão, resolvem deixá-lo em um spa de luxo para animais.
Aquilo que parecia o paraíso –com sauna, massagem e petiscos orgânicos– se transforma no maior pesadelo do beagle, que acaba numa espécie de prisão canina, obrigado a trabalhar dia e noite encaixotando frisbees.
Esse ambiente hostil é um prato cheio para o surgimento de personagens impregnados de lugar-comum. O chefão mau caráter, o velhote rabugento, o capanga de voz assustadora, e por aí vai.
Verdade que existe um certo charme no chihuahua mafioso, no sheepdog bonachão, no daschund (salsicha) míope. Engraçadinhos, carismáticos e coloridos, os peludos suavizam a atmosfera do cárcere e adequam a história ao universo infantil.
Nenhum deles, entretanto, tem força suficiente para cavar um espaço na lembrança do público após o final do filme. Falta elaboração, falta conteúdo, falta tempero.
Na mesma medida, as situações são bastante previsíveis. Daqueles roteiros que o espectador consegue desfiar logo nas primeiras cenas. Qualquer um é capaz de adivinhar os próximos passos do beagle. Nada surpreende.
Ao contrário de boa parte das produções recentes destinadas aos pequenos, "As Aventuras de Ozzy" abre mão do ritmo frenético, do excesso de barulho e movimento.
Porém, o que poderia ser seu maior mérito vira tropeço. Em diversos momentos, a narrativa perde a cadência, fica arrastada demais. Quase sonolenta.
No geral, a animação dirigida por Alberto Rodríguez e Nacho La Casa carece de inovação e criatividade. Escolhe um caminho muito comercial e, por isso, chega aos cinemas sem grandes ambições além da venda de ingressos.
Também não é nenhum primor em termos técnicos, mas desperta empatia e cumpre bem o papel de entreter a criançada –especialmente os menores de seis anos.
Já nos adultos, Ozzy e seus amigos não devem provocar mais do que bocejos esparsos entre um latido e outro.