Folha de S. Paulo


Thelonious Monk é tema do 12º CD da Coleção Folha

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Thelonious Monk
O músico Thelonious Monk

"Eu tocava do jeito que achava que deveria tocar. Não estava tentando mudar o curso do jazz, só queria tocar alguma coisa que soasse bem", disse Thelonious Monk (1917-1982) à jornalista Valerie Wilmer no livro "Jazz People".

Podia não estar tentando, mas mudou o curso do jazz. O pianista trouxe ao gênero, com seu estilo de martelar o instrumento, furiosa agressão contra a conformidade que às vezes ameaça a boa música.

O volume número 12 da Coleção Folha Lendas do Jazz, que chega às bancas do dia 4 de junho, trata Monk como a divindade musical indiscutível que é, autor de clássicos do gênero como "Ruby, My Dear", "'Round Midnight" e "Straight, No Chaser". Mas a popularidade não foi fiel companheira do músico.

Nos anos 1940, Monk despontou nas jam sessions do clube Minton's Playhouse, em Nova York, numa turminha que criou o bebop. Gente como o trompetista Dizzy Gillespie, o baterista Max Roach e o saxofonista Charlie Perker.

Mas suas gravações não vendiam. Depois, ele passaria seis anos sem tocar em Nova York, de 1951 a 1957, após perder a licença de músico por porte de heroína. A droga não era dele, mas do amigo pianista Bud Powell.

De volta aos palcos, sua música inventiva teve mais receptividade, e Monk deixou definitivamente de ser apenas o excêntrico pianista que usava sempre algum chapéu esquisito. Virou gênio.


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