Folha de S. Paulo


Holanda transforma prédios e jardins em homenagem a Mondrian

Jerry Lampen/AFP/Getty Images
Prefeitura de Haia coberta por réplicas do trabalho de Mondrian.
Prefeitura de Haia coberta por réplicas do trabalho de Mondrian.

Em comemoração ao centenário da primeira publicação da "De Stijl" (O Estilo), revista que deu origem ao movimento posteriormente conhecido como neoplasticismo, instituições culturais por toda a Holanda organizaram a celebração "Mondrian do Dutch Design", que consiste numa série de exposições, intervenções e festivais referentes ao precursor do movimento, Piet Mondrian.

As homenagens vão desde flores dispostas como obras do pintor nos Jardins de Keukenhof, em Lisse, até a transformação da prefeitura de Haia em uma tela mondriânica de tamanho arquitetônico.

A "De Stijl", criada por Piet e pelo artista plástico, designer gráfico e arquiteto Theo van Doesburg em 1917, publicava artigos de artistas das mais diversas áreas que procuravam redefinir a arte da época na esperança de criar "um mundo de total harmonia e unificar arte e vida", segundo o principal museu de arte contemporânea e design de Amsterdã, o Stedelijk Museum.

Num contexto de Primeira Guerra Mundial, o movimento, segundo Van Doesburg, girava em torno da necessidade de "clareza, certeza e ordem", e procurava criar uma nova expressão plástica sem referências figurativas, tendo como base o minimalismo de linhas fortes, retângulos e cores primárias.

Mas quem vê os traços formais e calculados do pintor não imagina que Mondrian era um amante de jazz e de muitas mulheres. Rotulado como "degenerado" pelos nazistas, fugiu para os EUA durante a Segunda Guerra Mundial, morrendo aos 71 anos de uma pneumonia na East 59th Street, em Nova York, e deixando pra trás os esboços da sua obra-prima final, a "Victory Boogie Woogie".


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