Folha de S. Paulo


Guilherme Arantes emplaca hits para público familiar e fã careca na Penha

Sem acompanhamento de banda, o músico Guilherme Arantes, ao teclado, encheu o largo do Rosário em sua apresentação de abertura da Virada Cultural na Penha (zona leste de SP), neste sábado (20).

Sorridente, ele cantou 18 músicas, a maioria de álbuns antigos.

Dez minutos atrasado, o músico subiu ao palco elogiando o bairro da Penha e engatando a canção "Amanhã".

Ao longo de todo o show, o público, composto principalmente por famílias, cantou e aplaudiu.

O músico na Penha, o público sacou de novo os aparelhos para gravar o hit "Meu Mundo e Nada Mais", que arrancou gritos da plateia já nos primeiros acordes. A música fez parte da trilha sonora da novela "Anjo Mau", exibida pela Globo em 1976.

Durante o show, o músico homenageou uma série de amigos e colegas de profissão, como Emílio Santiago e Vanusa. Em nome da última, cantou a música "Pedacinhos", que compôs para a cantora quando esta estava em processo de separação.

Arantes homenageou até o fã mais entusiasmado do show. "Essa música vai para o carecão ali, que cantou todas as músicas do show", disse, ao tocar "Coisas do Brasil".

O entrevistador Áureo Rocha, 53, mora na região da Penha e é um dos fãs que compareceu ao show de Arantes. Rocha, que acompanha a Virada desde a primeira edição, diz que ainda é cedo para dizer se a pulverização dos palcos para regiões fora do centro de São Paulo foi uma boa escolha da Prefeitura.

As mudanças, no entanto, com certeza não vão impedi-lo de assistir a todos os shows que planeja: depois do show de Arantes, pretende ir para o centro e assistir apresentações a madrugada toda.

O público do show

Já a professora Roberta Gonzaga, 41, diz ter gostado das mudanças feitas pela Prefeitura este ano. "Ficou mais perto para mim e mais fácil de assistir só os shows de gêneros musicais que eu gosto, agora que eles dividiram as regiões por estilo de música", diz.

O show terminou em ritmo dançante com "Lindo Balão Azul" e, no fim, o músico agradeceu ao público e elogiou a descentralização da Virada, que "permitiu que a gente venha para um bairro tão maravilhoso como a Penha".

Guilherme Arantes tem 64 anos, dos quais 41 deles como músico profissional.


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