O "Michelin" anunciou, na noite desta segunda (8), os restaurantes da terceira edição de seu guia Rio e São Paulo.
Em cerimônia que reuniu chefs e restaurateurs no hotel Unique, em São Paulo, os responsáveis pela publicação anunciaram a entrada de três restaurantes na categoria uma-estrela e oito na "bib gourmand" (das casas com bom custo-benefício).
O paulistano D.O.M., de Alex Atala, segue como único brasileiro com duas estrelas.
Dos novos estrelados, dois são do Rio (Laguiole, no MAM, comandado por Elia Schramm, e Oro, de Felipe Bronze) e um de São Paulo (Picchi, do chef Pier Paolo Picchi).
A maior mudança nesta edição está na categoria dos bons e baratos, onde se come um menu completo por até R$ 90. Entraram para essa lista oito casas (veja abaixo).
Perderam estrela, neste ano, os cariocas Le Pré Catelan e Roberta Sudbrack (que chegaram a ser avaliados, mas fecharam as portas) e o paulistano Attimo. Deixaram a lista do "bib gourmand" Anna e Entretapas (do Jardim Botânico, no Rio) e Marcel, Sal e Tian (de São Paulo).
| Lucas Terribili/Divulgação | ||
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| Fideuá de lulas, prato servido no restaurante Tanit, alçado à lista bib gourmand do 'Guia Michelin' |
Segundo o diretor internacional do guia "Michelin", Michael Ellis, a chegada de oito casas ao "bib gourmand" reflete o momento de crise econômica.
"Quando os chefs descobrem o que os clientes querem comer e quanto querem pagar, são bem sucedidos. As pessoas estão cuidadosas com seus gastos e a categoria reflete isso."
Para Marcelo Bastos, chef do Jiquitaia, contemplado na lista dos "bib gourmand", o aumento de casas na lista se deve ao momento da gastronomia de São Paulo, de casas menores e não tão caras, mas também ao conservadorismo da publicação.
"Eles não dão estrela para quem não é requintado e deixam de fora restaurantes como A Casa do Porco, Mocotó e Tordesilhas, que deveriam ter uma estrela. Os avaliadores ficam receosos porque são lugares despojados. A verdade é que falta conhecimento da nossa cozinha."
Marisabel Woodman, do La Peruana, que conheceu a relevância do guia quando trabalhou na França "onde os chefs vivem para isso", comemorou a inclusão de sua cevicheria na lista.
Disse que como o lazer do paulistano é sair para comer, na crise ele só passa a administrar mais os gastos. "Faz sentido que tenha aumentado a quantidade de 'bib gourmand'."
Para cada edição, inspetores visitam anonimamente centenas de casas, avaliando qualidade de ingredientes, técnicas na cozinha, harmonia de sabores, originalidade de receitas e consistência (regularidade na refeição e ao longo do tempo).
A partir daí, atribuem uma estrela (cozinha muito boa), duas estrelas (excelente) ou três estrelas (excepcional) ou, considerando a relação qualidade e preço, a incluem na categoria "bib gourmand".
Criado na França em 1900 e funcionando no mesmo sistema de avaliação desde 1931, o guia está em 29 países. A nova edição custa R$ 65 (336 págs.; gratuito no aplicativo).
MENCIONADOS NO GUIA MICHELIN 2017 RIO & SP
Novidades da lista deste ano em negrito
DUAS-ESTRELAS
D.O.M. (SP)
UMA-ESTRELA
Laguiole (Rio)
Oro (Rio)
Eleven (Rio)
Lasai (Rio)
Mee (Rio)
Olympe (Rio)
Dalva e Dito (SP)
Esquina Mocotó (SP)
Fasano (SP)
Huto (SP)
Jun Sakamoto (SP)
Kan Suke (SP)
Kinoshita (SP)
Kosushi (SP)
Maní (SP)
Picchi (SP)
Tête à Tête (SP)
Tuju (SP)
BIB GOURMAND
Artigiano (Rio)
Bottega del Vino (Rio)
Entretapas Botafogo (Rio)
Gurumê (Rio)
Lima Restobar (Rio)
Miam Miam (Rio)
Oui Oui (Rio)
Pomodorino (Rio)
Restô (Rio)
Riso Bistrô (Rio)
Antonietta Empório (SP)
Arturito (SP)
Le Bife (SP)
Bistrot de Paris (SP)
Bona (SP)
Brasserie Victória (SP)
A Casa do Porco (SP)
Casa Santo Antônio (SP)
Ecully (SP)
Jiquitaia (SP)
Manioca (SP)
Mimo (SP)
Miya (SP)
Mocotó (SP)
Niaya (SP)
La Peruana Cevichería (SP)
Petí Gastronomia (SP)
Più (SP)
Tanit (SP)
Tartar & Co (SP)
TonTon (SP)
Tordesilhas (SP)
Zena Caffè (SP)