Folha de S. Paulo


Selo Joia Moderna, do DJ Zé Pedro, lança discos ousados com lucro zero

"Soledade Solo" é o terceiro álbum de Cida Moreira no selo Joia Moderna, do DJ Zé Pedro. "Nunca pensei em ter uma gravadora", diz ele, que chama Cida de "madrinha", porque o selo começou em 2011, com um disco dela, "A Dama Indigna". Até agora, são 40 discos em seis anos.

O primeiro disco de Cida que ouviu foi 'Summertime', de voz e piano. "Eu era um garoto MPB e aquilo era bizarro pra mim, no melhor sentido", conta Zé Pedro. Ficaram amigos e, quando ela disse que tinha algumas gravações, ele falou, como piada, que abriria uma gravadora.

Greg Salibian/Folhapress
SAO PAULO, SP, BRASIL, 12/11/2016 - o DJ Ze Pedro antes da estreia do musical
O DJ Ze Pedro, criador do selo Joia Moderna

"A piada se tornou realidade em cinco dias. Pensei no nome Joia Moderna porque é um LP da Alaíde Costa, dos anos 1960, que eu adoro, e combinava com a ideia inicial de resgatar cantoras veteranas."

Resgatar, para ele, era trazer essas cantoras ao estúdio para discos inéditos. Mas logo foi além, lançando nomes desconhecidos.

"Os mais novos me ligavam com o bolso muito vazio. Não tenho condição de encher os bolsos deles, mas posso lançar discos."

Zé Pedro considera a Joia Moderna uma provocação no mercado. "Eu dou o disco para o artista. Tudo fica registrado no nome dele. Vendo só uma tiragem de mil cópias, depois pode negociar relançamento com outra gravadora." Foi assim com Fafá de Belém e Alice Caymmi.

"É um retorno zero de dinheiro, mas não tive filho. Então o que gasto com a gravadora é como se estivesse colocando um bando de filhos no colégio."


Endereço da página: